1º de Maio Unitário dá a arrancada para a greve geral de 14 de junho

Diante de um público de 200 mil pessoas, lideranças sindicais, sociais e políticas
reafirmaram nesta quarta-feira (1/5), Dia Internacional do Trabalhador, a
disposição para convocar uma greve geral contra a reforma da Previdência do
governo Bolsonaro (PSL). No 1º de Maio mais representativo da história – com
todas as centrais sindicais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo –,
cresceu o consenso para uma nova paralisação nacional, já pré-convocada para
14 de junho.
Por André Cintra
“O golpe de 2016 abortou o sonho do povo brasileiro e impôs um retrocesso
inédito, com medidas como a contrarreforma trabalhista e o congelamento dos
gastos públicos. Foi uma orientação reacionária que o governo Bolsonaro está
aprofundando”, declarou Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
Segundo ele, “é um momento importante, um momento de reflexão”, que passa
pela unidade das centrais e do conjunto do movimento sindical. “Temos de buscar
uma perspectiva de desenvolvimento para o País, de geração de empregos, de
um Brasil melhor.”
Na opinião Ubiraci Oliveira, o Bira, presidente da CGTB, “este é um momento
histórico. Os trabalhadores do Brasil se uniram contra esse crime que é a reforma
da Previdência”. De acordo com Bira, a proposta de desmonte da Previdência
Social apresentada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) “é ruim para todo
mundo, mas é pior para as mulheres”.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que o sindicalismo não
pode sucumbir a uma “reforma que tira direitos e mantém privilégios”. Luiz
Gonçalves, o Luizinho, da Nova Central (NCST), ressaltou a unidade: “Estamos
juntos com as demais centrais contra essa mentira que está prevalecendo”. Para
Vagner Freitas – que preside a CUT –, “a única forma de barrar essa reforma é
fazer o enfrentamento nas ruas. É greve geral!”.
Políticos
O deputado federal Orlando Silva, presidente do PCdoB-SP, acusou o presidente
Jair Bolsonaro de liderar uma gestão entreguista, “a serviço das grandes
empresas” e de interesses externos. “Bolsonaro tem um governo formado por um
bando de malucos e um bando de usurpadores. Ele brinca com a democracia e
quer acabar com a luta dos trabalhadores, com os sindicatos”, afirmou Orlando.
O parlamentar destacou o bem-sucedido empenho do movimento sindical para
viabilizar um Dia do Trabalhador unificado, em conjunto com as frentes e com os
partidos de oposição ao governo Bolsonaro. “Esta é a reposta que temos de dar:
todos unidos em defesa da democracia, dos direitos e do nosso povo. Hoje tem de
ser o começo, o primeiro passo de uma grande caminhada, que vai produzir uma
grande greve geral e dizer ‘não’ à reforma da Previdência!”.
Dois candidatos à Presidência nas eleições 2008, Fernando Haddad (PT) e
Guilherme Boulos (PSOL), marcaram presença no 1º de Maio Unitário. “Não é
nem uma reforma da Previdência. A gente precisa chamar a coisa pelo nome: é a
destruição da Previdência pública no Brasil, disse Boulos. “Claro que temos
diferenças. Mas, quando se trata de defender direitos, este palco fala a mesma
língua.”

Haddad retomou uma bandeira de sua campanha eleitoral: “Temos que defender
que a pessoa tenha um livro numa mão e uma carteira de trabalho na outra”. E
defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas e
preso desde abril de 2018. “Não teremos paz e segurança enquanto Lula estiver
preso”, disse Haddad.
Pela Frente Brasil Popular falou João Pedro Stédile, dirigente nacional do MST.
“Nós, dos movimentos populares, estamos aqui para cerrar fileiras com o
movimento sindical e dizer que mobilizaremos nossa base contra a reforma da
Previdência”, afirmou Stédile. “O povo brasileiro não suportará nenhuma perda de
direitos. Viva o povo brasileiro! Lula livre!”

Fonte: Portal Vermelho

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