Bolsonaro imitando paciente com falta de ar é a cena mais repudiada por eleitores.

Segundo estudo do Instituto Locomotiva, as principais vulnerabilidades de Bolsonaro, são seu comportamento na pandemia e o papel desempenhado na crise econômica do país.

Imagine o presidente de um país com mais de 200 milhões de habitantes imitar em vídeo ao vivo uma pessoa morrendo com falta de ar durante uma pandemia que matou nesse mesmo país quase 700 mil pessoas, muitas deles por falta de oxigênio.

 Difícil imaginar? Pois então procure na internet que os vídeos (ele fez isso mais de uma vez) estão disponíveis, protagonizados pelo presidente do Brasil no momento mais crítico da pandemia.

Esta é a cena mais repudiada pelas pessoas em estudo conduzido pelo Instituto Locomotiva visando antecipar o que vai “colar” em cada candidato na campanha eleitoral.

A segunda mais repudiada é quando o atual presidente, no seu chiqueirinho no Palácio da Alvorada tem uma crise de sinceridade e diz: “Chefe, o Brasil tá quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada”.

São duas cenas emblemáticas que vão turbinar aquilo que o povo já sabe. À incompetência e à incapacidade para governar juntou-se a desumanidade e o resultado é a tragédia em que Bolsonaro colocou o Brasil e os brasileiros.

Em estudo realizado a partir de várias pesquisas, o Instituto Locomotiva mostra quais são os principais calcanhares de aquiles dos candidatos, que certamente serão usados na campanha eleitoral. Por meio de seu agregador de pesquisas, o Locomotiva analisou estudos qualitativos e testes de argumento feitos por diferentes empresas de pesquisa.

O Instituto mostrou para grupos de eleitores quatro filmes baseados nas acusações mais prováveis que cada candidato sofrerá. A conclusão é que Lula se sai melhor do que Bolsonaro quando são mostradas as piores imagens de cada um.

Dois filmes mostram pontos fracos de Lula frequentemente citados por eleitores em pesquisas qualitativas: os supostos casos de corrupção envolvendo o PT e os empréstimos por suas gestões anteriores a países como Cuba e Venezuela.

E dois mostram as principais vulnerabilidades de Bolsonaro, também apontadas por eleitores: seu comportamento na pandemia e o papel desempenhado na crise econômica do país.

No filme “contra Lula”, as cenas que geram sentimentos negativos foram as que mostram o ex-presidente como réu na Lava Jato, em audiência diante do ex-juiz Sérgio Moro e a cena em que o locutor dizia que o PT emprestou para a Venezuela “dinheiro que poderia ter investido no Brasil”.

No filme “contra Bolsonaro”, as imagens mais negativas foram as cenas debochando da dificuldade para respirar das vítimas da pandemia e reconhecimento da sua incapacidade para resolver os problemas econômicos do país.

As análises das reações dos eleitores levaram o Instituto Locomotiva a concluir que menos de um quarto dos eleitores expostos aos vídeos declarou disposição de mudar de voto depois de assisti-los. Desses, nenhum migrou de Lula para Bolsonaro nem ao contrário. “É um indicativo de que os votos nesses nomes estão consolidados e, dificilmente, haverá transferência de votos de um para o outro”, afirmou Renato Meirelles, presidente do Locomotiva à jornalista Thais Oyama, do UOL.

No grupo dos eleitores que rejeitam os dois candidatos, as imagens que mostraram o comportamento do presidente diante da pandemia foram as que, de longe, provocaram as reações negativas mais fortes. Depois – na escala de intensidade dos sentimentos negativos provocados pelos filmes-, veio a atitude do presidente diante da crise econômica. Segundo Meirelles, isso demonstra que “cristaliza-se a impressão entre os eleitores nem-nem [que não votam em Lula nem em Bolsonaro] de que o presidente terceiriza responsabilidades e não dá conta de governar”.

Já os episódios de suposta corrupção no governo petista mostrados nos vídeos tiveram impacto relativamente baixo no grupo dos “nem-nem”. “A corrupção é, sem dúvida, o ponto fraco de Lula, mas, como tema de campanha, é proporcionalmente menos sensível para ele do que é a pandemia e a economia para Bolsonaro”, diz Meirelles. “Não será, portanto, a corrupção que irá tirar votos do candidato petista”, afirmou o presidente do Instituo Locomotiva.

Fonte: Vermelho

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