Centrais sindicais repudiam agressão de Paulo Guedes

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (13), sete centrais sindicais
repudiaram a afirmação caluniosa do Ministro da Economia, Paulo Guedes, de que
o movimento sindical foi parceiro da ditadura militar. Para as entidades, Guedes
não tem moral para falar do movimento sindical brasileiro.
As centrais sindicais repudiaram a afirmação de Paulo Guedes feita durante um
seminário promovido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A nota divulgada
afirma que o ministro ofendeu a memória dos trabalhadores e revelou seu
desconhecimento da história. “Ao contrário do que afirmou Guedes, o movimento
sindical não apenas não se aliou ao regime como lutou bravamente pela
redemocratização e pela Constituinte”, afirmam os dirigentes da centrais
sindicais, que acusam o ministro de estar levando o Brasil ao abismo.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Paulo Guedes não tem moral para falar do movimento sindical
O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu transformar o movimento sindical
brasileiro em alvo de suas infâmias, insultos e mentiras. Durante a abertura do
seminário “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica” promovido pelo STJ,
segunda-feira (11), ele chegou ao ponto de afirmar que as organizações sindicais
foram parceiras da ditadura militar brasileira.
Além de ofender a memória de trabalhadores perseguidos, presos, torturados e
assassinados por aquele regime, ele mostrou, com esta declaração, que não
conhece a história do Brasil. O que ocorreu foi o inverso do que sugerem as
infâmias vomitadas pelo senhor Guedes. Na ditadura de 1964, os sindicatos foram
vítimas de intervenções, com seus dirigentes mais combativos afastados
compulsoriamente e colocados no limbo pelo regime.
Basta consultar os arquivos históricos, que ele parece desconhecer, para saber
que o movimento sindical lutou contra o arrocho salarial e o alto custo de vida e
por isso foi violentamente reprimido. Não foi à toa que a decadência daquele
famigerado regime se refletiu nas memoráveis greves iniciadas no ABC ao final
dos anos 1970 e início da década de 1980. Greves que, vale ressaltar,
começaram a partir da denúncia do falseamento de índices econômicos, feito pela
equipe econômica do ditador Emílio Garrastazu Médici.
Ao contrário do que afirmou Guedes, o movimento sindical não apenas não se
aliou ao regime como lutou bravamente pela redemocratização e pela
Constituinte.
O senhor Paulo Guedes, que se comporta como um porta-voz do mercado
financeiro, revela-se agora um eloquente mentiroso. Ele que se diz liberal, serviu
ao ditador sanguinário Augusto Pinochet, no Chile, e agora serve a um governo
de extrema direita, intervencionista, retrógrado, que defende a tortura e os
torturadores.
Como funcionário de um governo que está levando o país ao abismo, com a volta
da recessão e altos índices de desemprego, um governo que enlameou a imagem
do Brasil no exterior e atenta diuturnamente contra a soberania nacional, o meio
ambiente e os direitos sociais, Paulo Guedes não tem qualquer moral para falar
mal do movimento sindical brasileiro.
São Paulo, 13 de agosto de 2019

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
Miguel Eduardo Torres, presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB)
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST)
Antônio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)
Atnágoras Teixeira Lopes – Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS
Fonte: Portal Vermelho

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