China afirma que G7 não dita mais os acontecimentos do mundo

Embaixada chinesa no Reino Unido divulgou comunicado afirmando que os dias em que o G7 ditava os acontecimentos do mundo acabaram.

Por meio de sua embaixada no Reino Unido, a China afirmou que as decisões internacionais não podem mais ser ditadas por um pequeno quadro de elites globais. A declaração foi feita depois que os líderes da reunião do grupo de países ricos do G7, concluída no domingo (13), revelaram um novo plano de infraestruturas para competir com o plano de desenvolvimento transfronteiriço da China – a Iniciativa do Cinturão e Rota.

A embaixada divulgou o pronunciamento no sábado (12), antes da conclusão da Cúpula do G7, que decorreu na Cornualha, no Reino Unido, com a presença de líderes do Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos. O plano de infraestruturas, intitulado Build Back Better World, ou B3W, está sendo liderado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que identificou a cúpula como uma oportunidade para “discutir a competição estratégica com a China”.

“Os dias em que as decisões globais eram ditadas por um pequeno grupo de países acabaram”, disse um porta-voz da embaixada da China. Para a diplomacia chineses “os países, grandes ou pequenos, fortes ou fracos, pobres ou ricos, são iguais e que as questões mundiais devem ser tratadas por meio de consultas por todos os países”.

A embaixada criticou a política de camarilha dos países ocidentais, dizendo que deveria haver “apenas um sistema e uma ordem no mundo, ou seja, o sistema internacional com as Nações Unidas no centro e a ordem internacional baseada no direito internacional, não o chamado sistema e ordem defendidos por um punhado de países “.

Disputa

A Casa Branca disse que o plano do B3W “ajudará a reduzir a necessidade de infraestruturas de $40 trilhões no mundo em desenvolvimento”. Porém, poucos detalhes foram adiantados sobre a implementação do plano ou montantes de investimento. Um alto funcionário do governo Biden disse que o plano “não se trata apenas de confrontar ou enfrentar a China”.

Christopher Bovis, professor de direito empresarial internacional na Universidade de Hull, disse que o B3W é um plano estratégico para aumentar a influência do G7 no cenário internacional e competir com a iniciativa do Cinturão e Rota, a qual ganhou tração desde que foi introduzida em 2013 com mais de 130 países agora formalmente filiados.

“A intenção das economias do G7 de oferecer às nações em desenvolvimento um plano de infraestrutura, conhecido como a iniciativa B3W, é certamente vista como uma tentativa de conter a influência crescente da China e o sucesso da iniciativa do Cinturão e Rota”, disse Bovis ao China Daily.

“Além disso, espera-se que o B3W, se implementado, atue como uma correia transportadora dos valores, padrões e forma de fazer negócios ocidentais, um resultado que provavelmente será visto como uma tentativa pós-colonial de integrar economias em desenvolvimento econômico”, disse o professor. Bovis questionou se o G7 seria o grupo adequado para liderar tal iniciativa.

Paul Rogers, professor na Universidade de Bradford, no Reino Unido, sugeriu que o G7 pode, de fato, ter se tornado antiquado em um mundo cada vez mais interconectado, com uma lista crescente de ameaças compartilhadas. “Embora o G7 seja uma reunião importante, o G20 é muito mais significativo, porque é mais representativo da comunidade global”, afirmou.

Fonte: Diário do Povo

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