Cresce número de parlamentares mulheres e negros eleitos para a  Câmara

Embora número seja recorde e tenha havido avanços na eleição de trans
e indígenas, parlamento ainda não representa a diversidade brasileira

nos quesitos gênero e cor

As regras que estabeleceram mecanismos para garantir maior
participação de mulheres e negros nas eleições parecem estar surtindo
efeito no aumento da diversidade na composição da Câmara dos
Deputados, ainda que aquém da proporcionalidade desses segmentos
na sociedade. Neste ano, foram eleitos números recordes de
parlamentares mulheres e negros na Casa, além de indígenas e trans
terem conquistado mais espaços.
Em 2023, serão 135 negros e negras — classificação que, segundo o
IBGE, comporta pardos e pretos. Destes, 108 se autodeclararam pardos
e 27, pretos. Neste segmento, o aumento foi de 9% na comparação com
os 124 do pleito anterior.
No caso das mulheres, 91 foram eleitas deputadas federais e o
crescimento neste ano foi de 18% em relação a 2018, quando elas eram
77. As mulheres negras somam mais do que o dobro, 29, do número de
eleitas naquele ano, 13.
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O PL, partido que fez a maior bancada, terá também a maior quantidade
de negros e negras: 25. No caso da representação feminina, o PT é o
que tem maior número, com 18. Na bancada de seis deputados e
deputadas eleitas pelo PCdoB, metade é de mulheres e quatro são
pardos ou pretos.
Vale destacar ainda que houve avanços na representação indígena e da
população trans. Se em 2018 apenas uma indígena foi eleita, neste
pleito, foram cinco, das quais quatro mulheres. E duas mulheres trans
chegaram à Câmara.
No caso do Senado, o número total de mulheres eleitas, quatro, foi
menor do que em relação ao pleito de 2018, quando houve sete. Porém,
a proporção foi levemente superior. Naquele ano, havia duas vagas em
disputa por estado, ou seja, 54, e foram eleitas 12,9% de senadoras.
Agora, com 27 vagas em disputa, a proporção foi de 14,81%.
Com relação aos negros eleitos para o Senado, a participação foi maior:
22%. A partir do ano que vem, os senadores negros serão 25% do total.
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Os números obtidos neste ano sobretudo na Câmara servem de estímulo
para a luta contra as desigualdades étnicas e de gênero no campo
político, mas são passos ainda tímidos diante do grande desafio de trazer

maior equilíbrio para permitir que a representação parlamentar espelhe
com maior fidelidade a realidade brasileira.
Afinal, as mulheres são mais de 52% e mais de 56% são pardos e
pretos. Segundo estudo da Unesp, a estimativa é de que 1,9% da
população brasileira, ou 4 milhões, seja de pessoas transgênero ou não
binária. Os indígenas são estimados pelo IBGE em cerca de 900 mil.
Todos esses segmentos, portanto, são sub-representados nas principais
casas parlamentares do país.

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