Declaração da nova presidente do TST sinaliza retrocesso, afirma sindicalista

A manchete do jornal a Folha de S.Paulo desta segunda (16) afirma que a nova
presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Maria Cristina Peduzzi, defende
mudanças na CLT.
Primeira mulher eleita para presidir o TST, a ministra Maria Cristina Peduzzi
assumirá o posto em 19 de fevereiro de 2020 para um mandato de dois anos.
Segundo a ministra, a reforma recente das leis trabalhistas não foi o suficiente
para responder às transformações no mercado. “A CLT [Consolidação das Leis do
Trabalho] precisa de muita atualização. A considerar a revolução tecnológica, a
reforma foi tímida”, disse em entrevista à Folha.
O que isso quer dizer? Quer dizer, claramente, que a onda de ataques ao trabalho
e aos trabalhadores seguirá com possibilidade de ganhar forças.
Mostra também que os poderes estão alinhados nessa operação. Poder executivo,
poder legislativo e áreas do judiciário, que tradicionalmente tiveram uma posição
de proteção ao trabalho.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, vê com preocupação as declarações
da ministra. Segundo ele, a fala da futura presidente do TST mostra um
alinhamento do tribunal às teses neoliberais de radicalização contra a proteção ao
trabalho. “É um retrocesso. Num momento em que lutamos pela manutenção de
direitos e pelo fortalecimento da Justiça do Trabalho, essa declaração alimenta a
onda de ataques aos trabalhadores”, aponta.
Miguel informa que os dirigentes sindicais pretendem agendar uma reunião com a
futura presidente do Tribunal. “Nos preocupa uma ministra, que vai presidir a
instância superior do trabalho, ter um posicionamento totalmente desfavorável
aos trabalhadores. É uma posição muito ruim”, afirma.
Domingo – Outra defesa feita por Maria Cristina é a transformação do domingo
em um dia útil de trabalho. O que atinge duramente muitas categorias
profissionais especialmente a maior categoria urbana do País, na área privada,
que são os comerciários.
Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, diz que
a posição da ministra demonstra que a judiciário não defende o trabalhador. “É
preocupante. Percebemos que a Justiça do Trabalho está a serviço dos patrões”,
ele diz.
Segundo Márcio, uma medida como essa desmonta tudo que foi construído ao
longo dos anos em defesa da categoria. Ele conta: “A mudança afetaria
diretamente mais de 300 mil comerciários na cidade do Rio Janeiro”.

Fonte: Agência Sindical

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *