“Está na hora de a PGR tomar providências”, diz Gilmar sobre Lava Jato

Ministro fala de "desmando completo" quanto a supostas investigações
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, cobrou nesta
terça-feira (6) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tome providências
sobre notícias de que a força-tarefa da Lava Jato no Paraná planejou investigá-lo
e também o presidente da Corte, Dias Toffoli.
“Está na hora de a procuradoria tomar providências em relação a isto”, afirmou
Mendes. “Tudo indica, e acho que à medida que os fatos vão sendo revelados,
que nós tínhamos uma organização criminosa para investigar”, acrescentou.
Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (6) pelo jornal El País, com base
em conversas em aplicativos de celular obtidas pelo site The Intercept Brasil por
intermédio de uma fonte anônima, os integrantes da força-tarefa da Lava Jato no
Paraná planejaram investigar um possível direcionamento de recursos ilícitos a
Mendes por meio de contas na Suíça.
O objetivo da iniciativa dos procuradores seria encontrar indícios que levassem ao
afastamento de Mendes do cargo, de acordo com as mensagens publicadas. Na
semana passada, o jornal Folha de S.Paulo noticiou que também Dias Toffoli,
presidente do STF, tornou-se alvo de tentativas de investigação por parte da Lava
Jato no Paraná, embora os procuradores da força-tarefa não tenham competência
constitucional para investigar ministros do Supremo.
“Me parece que realmente isto é a revelação de um quadro de desmando
completo”, afirmou Mendes a jornalistas nesta terça-feira. Na semana passada, o
ministro já havia cobrado providências por parte do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), órgão responsável por supervisionar e corrigir a
atividade de procuradores.
Ainda na semana passada, os ministros Luiz Fux e Alexandre de Moraes, em
diferentes processos, determinaram o envio ao Supremo de todo material obtido
pela Polícia Federal (PF) na investigação que apura a invasão dos aparelhos
celulares de autoridades da República, entre elas os procuradores da força tarefa
da Lava Jato e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Tanto Moro como os integrantes da Lava Jato, incluindo seu coordenador, Deltan
Dallagnol, afirmam não ser possível auferir a autenticidade e a integridade das
mensagens publicadas pela imprensa, que dizem ter sido obtidas por meio da
prática de crimes cibernéticos.

Fonte: Agência Brasil

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