Gilmar sobre Moro: determinou a prisão do principal candidato à presidência e depois aceitou o cargo de seu adversário

Em entrevista para o jornal argentino Clarín, o ministro do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, disse que espera que o julgamento do habeas corpus
apresentado pela defesa do ex-presidente Lula sobre a imparcialidade do ex-juiz
Sérgio Moro seja tratado ainda este ano.
Perguntado se não seria um questionamento importante ao ministro da Justiça,
Gilmar disse que quem se colocou nessa posição "foi o próprio Ministro da Justiça,
quando ele decidiu deixar o cargo de juiz e assumir uma função governamental
servindo a um governo que derrotou as forças da oposição e é beneficiário, de
alguma forma, de suas decisões. É um juiz que até ontem foi juiz, determinou a
prisão do principal candidato a presidente da República e depois aceita o cargo de
seu adversário", afirmou.
Para Gilmar, o que surgirá no debate no STF "é se as razões que estão lá
(expostas pela defesa de Lula) são suficientes ou se poderemos usar o que está
nas informações do The Intercept" (devido à sua origem, uma vez que foram
extraídas ilegalmente de um telefone de um autoridade), diz a reportagem.
Perguntado se acreditava que a decisão do STF que permitiu a soltura do ex-
presidente Lula causou indignação em Jair Bolsonaro, Gilmar Mendes respondeu:
"Ele viu como um quadro de normalidade".
"Não vejo que isso tenha gerado indignação do governo nem represente a opinião
do presidente da República. Acontece que o Brasil entra em um processo de
intensa polarização. De um lado, a força do petismo e, de outro, a força das
oposições. Bolsonaro galvanizou um pouco isso, mesmo com esse movimento de
organização de mídia social."

Fonte: Brasil247

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