Greve geral: motoristas de ônibus da Grande São Paulo e Baixada Santista vão parar

Categorias se juntam a metroviários e motoristas da capital paulista e vão
paralisar serviços contra o desmonte da Previdência Social

 

Motoristas de ônibus que atuam no transporte coletivo municipal e intermunicipal
de Guarulhos, Arujá, do ABC paulista e da Baixada Santista anunciaram nesta
segunda-feira (27) que vão participar da greve geral, no dia 14 de junho, contra a
“reforma” da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Os trabalhadores se
juntam aos motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista e aos
metroviários, que também vão paralisar os serviços.
Na Baixada Santista, a greve geral deve parar o transporte coletivo municipal e
intermunicipal de Santos, Guarujá, Cubatão, Bertioga, Praia Grande, Mongaguá,
Itanhaém e Peruíbe. Em toda a região são transportados cerca de 200 mil
passageiros por dia. O sistema intermunicipal é gerido pela Empresa
Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU), incluindo o sistema de Veículos
Leves sobre Trilhos (VLT). Os trabalhadores de cargas da região também vão
aderir à paralisação.
Na Grande São Paulo, o transporte coletivo municipal e intermunicipal de
Guarulhos e Arujá, além de São Bernardo do Campo, São Caetano, Santo André e
Diadema, também vai parar em 14 de junho. No caso do ABC, a categoria ainda
vai realizar uma assembleia de confirmação da greve na próxima semana, mesma
situação dos motoristas de ônibus de Osasco, que ainda não definiram a adesão.
Junto à capital, os motoristas da Grande São Paulo transportam cerca de 8
milhões de pessoas por dia.
O Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil também decidiu paralisar os
serviços na greve geral. A entidade representa os trabalhadores das linhas 11-
Coral (Luz/Estudantes), 12-Safira (Brás/Calmon Viana) e 13-Jade (Aeroporto de
Guarulhos/Engenheiro Goulart), da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
(CPTM). As demais linhas ainda vão definir a participação na mobilização.
Representantes de diversas categorias se reuniram hoje na sede do Sindicato dos
Metroviários de São Paulo, na zona leste da capital. O secretário-geral do
Sindicato dos Condutores de Guarulhos (Sincoverg) e secretário de Saúde da CUT
São Paulo, Wagner Menezes, o Marrom, ressaltou que a paralisação dos
trabalhadores do transporte é fundamental para o sucesso da greve geral.
“Estamos trabalhando forte nessa greve. Vamos dialogar com os demais
ferroviários, rodoviários de outras cidades, inclusive de outros estados, pelo Brasil
afora. A luta agora é de todos”, afirmou.
O coordenador do Sindicato dos Metroviários de São Paulo Wagner Fajardo
defendeu que serviços essenciais, como o transporte, são fundamentais na
mobilização da greve. “É justo que nossas categorias contribuam com a luta geral
que vai beneficiar a todos os trabalhadores.” São dois tipos de viés, segundo ele:
“Um de defesa dos nossos direitos e outro de contribuir na luta das demais
categorias de trabalhadores. Essa reforma é realmente um descalabro. Ela liquida
com os direitos previdenciários dos trabalhadores. Ela é tão ruim que o Bolsonaro
sequer conseguiu unir seus apoiadores para defendê-la. Nós vamos lutar
firmemente para impedir a aprovação desse projeto no Congresso Nacional”.
No próximo dia 5, os trabalhadores do transporte vão a Brasília para a fundação
da Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Público. A expectativa é de haver
uma reunião com lideranças de outras regiões do país para ampliar o alcance da

greve geral. Além das mobilizações em cada categoria, os trabalhadores na
plenária também decidiram realizar uma coleta simultânea de assinaturas para
um abaixo-assinado contra a “reforma” da Previdência em estações do metrô, no
próximo dia 29, além de fazer uma coletiva de imprensa das Centrais e sindicatos
no dia 10 de junho. Na semana da greve será distribuída uma carta aberta
explicando a paralisação e os fundamentos da proposta do governo.

Fonte: Rede Brasil Atual

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