Greve vitoriosa eleva pressão contra Tarcísio e em defesa da Sabesp

Governo queria votar nesta terça o PL da venda da Sabesp, mas sua

base na Alesp recuou

O movimento sindical fez uma avaliação positiva da grande greve
unificada realizada nesta terça-feira (28) em São Paulo. Com foco na
defesa das empresas e dos serviços públicos, a paralisação denunciou a
escalada privatista da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Como a prioridade do governador é privatizar a Sabesp, os trabalhadores
do saneamento básico ganharam protagonismo na manifestação. Sob a
liderança do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e

Meio Ambiente do Estado de São Paulo), a categoria tem alertado a
população paulista sobre os riscos da privatização.
A empresa, uma das maiores e mais bem-sucedidas companhias de
saneamento básico do mundo, abastece 28,4 milhões de pessoas com
água e 25,2 milhões com coleta de esgotos. “Enquanto empresa pública,
a Sabesp presta um serviço de excelência, é lucrativa e tem seus
serviços quase totalmente universalizados, operando em 375 municípios
e atendendo a 70% da população”, comentou o presidente do Sintaema,
José Faggian.
Com a greve, o sindicalismo conseguiu adiar a tramitação do Projeto de
Lei (PL) 1.501/2023, que tramita na Assembleia Legislativa de São Paulo
(Alesp) e trata da privatização da Sabesp. Houve ato público em frente à
Alesp que também reuniu trabalhadores do da educação e do transporte
público (Metrô e CPTM). O objetivo do governo era garantir a votação da
proposta em plenário já nesta terça-feira (28). Com a pressão, deputados
aliados a Tarcísio recuaram, levando o PL de volta às comissões.
“Foi uma derrota da base governista que experimentou a força dos
trabalhadores (as) do saneamento, metroviários, ferroviários e
educadores em uma greve vitoriosa. Ressaltamos a atuação dos
parlamentares do campo progressista na Casa fazendo a defesa dos
trabalhadores e dos direitos da população”, afirmou, em nota, a direção
do Sintaema.
De acordo com a entidade, Tarcísio “sabe que a população é contra a
privatização da Sabesp” e, por isso, tenta aprovar a venda a toque de
caixa “sem ouvir” a opinião pública. “Não descansaremos até derrubar
esse PL que ataca direitos e quer transformar a água em mercadoria”,
acrescentou o Sintaema.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo também aderiu à greve
unificada e defendeu a liberação das catracas do Metrô durante a greve
– o que Tarcísio vetou. “Nossa proposta não era que o metrô funcionasse
80%, mas, sim, 100%, com a liberação das catracas. O governador não
quis”, disse Camila.
Em sua opinião, o recente apagão em São Paulo, onde a distribuição de
energia está sob gestão de uma empresa privada, a Enel, deixou os
paulistas em alerta. “Isso abriu uma reflexão muito crítica sobre as
privatizações e, principalmente, sobre a privatização da Sabesp, porque
são serviços correlatos. O governador deve ir ao debate, porque mais da
metade da sociedade não aceita as privatizações, particularmente na
capital.”

Além dos sindicatos, a greve unificada – a segunda no ano – teve o
apoio das centrais sindicais. Recente consulta popular realizada pelas
entidades chegou a 879.431 votos, dos quais 99% eram contrários à
privatização da Sabesp.
Fonte: Vermelho

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