Há seis meses, Centrais esperam de Bolsonaro resposta à Carta unitária

Desde 1º de janeiro, as Centrais Sindicais aguardam do Presidente Jair Bolsonaro
resposta à Carta em que pedem a abertura de diálogo com o governo nos
assuntos do interesse da classe trabalhadora. A Carta foi assinada pela CUT,
Força Sindical, UGT, Nova Central, CTB e CSB.
Diz o texto: “Nós, representantes das Centrais, esperamos que todas as medidas
que atinjam os trabalhadores passem por um amplo processo de discussão e
negociação e reiteramos que a necessária defesa dos direitos dos trabalhadores é
totalmente compatível com a construção de um país mais justo, democrático,
moderno e desenvolvido”.
Além de manter silêncio quanto à Carta e distância do sindicalismo, Bolsonaro
adotou, desde então, uma série de medidas agressivas aos trabalhadores e a
suas organizações classistas. A Medida mais abrangente, e lesiva, é a PEC 06,
que reforma a Previdência com profundos cortes em direitos.
Mas a ação governista não ficou nisso. Há 90 dias, Bolsonaro e ministro Paulo
Guedes, da Economia, publicaram a Medida Provisória 873, que praticamente
inviabiliza o custeio das entidades, incluindo as patronais.
Calixto – A Agência Sindical ouviu o mais experiente dirigente de Central, o
pernambucano José Calixto Ramos, que preside a Nova Central Sindical de
Trabalhadores (NCST). Ele afirma: “O atual ocupante do Planalto se comporta
diferente de todos os demais presidentes da República. Fernando Henrique,
Temer, Lula, Dilma, Itamar e mesmo Collor de Mello sempre nos receberam em
audiências. Bolsonaro já mostrou que não gosta dos trabalhadores."
Para superar essa falta de interlocução, Calixto informa que as Centrais estão
buscando construir outras alternativas em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Ele comenta: “Bolsonaro construiu indiretamente uma unidade inédita das
Centrais; nunca estivemos tão próximos e articulados. Temos atuado em conjunto
na luta contra a reforma da Previdência e também procurado alianças com outros
setores”.
O presidente da Nova Central cita a reunião do dia 26 com a CNI – Confederação
Nacional da Indústria – como uma nova etapa dessa articulação das Centrais.
“Como o governo dá de ombros aos interesses da população, nós buscamos
novas alianças. No caso da CNI, debatemos a recuperação da economia, a
reforma tributária, a retomada da oferta de crédito e a necessidade da geração de
emprego e renda”.
“As medidas econômicas do governo não são boas pra ninguém, nem pros
patrões”, afirma Calixto, para quem o sindicalismo deve aprofundar a união com
outros setores da sociedade, buscando a defesa do interesse público.

Fonte: Agência Sindical

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