Líder de Bolsonaro pede dinheiro a empresário em troca de ajuda no Inmetro

Os diálogos foram encontrados no celular de um amigo do parlamentar, o empresário Jorge Rodrigues Alves, que foi alvo da Operação Lavanderia e atua nos setores de construção civil e iluminação


O líder do governo no Congresso, senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), pediu depósitos bancários a um empresário ao qual prometeu ajudar e adiar uma portaria do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). O suposto esquema de corrupção foi revelado pelo jornal O Globo que teve acesso a troca de mensagens entre eles interceptadas pela Polícia Federal (PF).


De acordo com a PF, os diálogos foram encontrados no celular de um amigo do parlamentar, o empresário Jorge Rodrigues Alves, que foi alvo da Operação Lavanderia e atua nos setores de construção civil e iluminação.


A ação policial foi deflagrada para investigar um suposto esquema de lavagem de dinheiro e fraudes em licitações no Tocantins.


Após constatarem que se tratava de um senador, que tem foro privilegiado, a PF solicitou o envio do relatório sigiloso da 4ª Vara Federal do Tocantins para o Supremo Tribunal Federal (STF).


“Há, por fim, diversas conversas entre Jorge e o senador Eduardo Gomes, indicando que Jorge aparentemente paga contas para o senador e lhe envia dinheiro, assim como lhe pede favores e intercessão em assuntos de suas empresas”, diz a PF.


Segundo apurou o O Globo, consta no relatório da PF, em 3 de abril de 2020, que o senador enviou ao empresário os dados bancários de um assessor parlamentar, João Bosco Pinto da Silva, e pediu que fosse feito um pagamento para uma conta indicada. “Acha que consegue 20?”, perguntou Gomes. Na sequência, Alves respondeu: “Opa! Certeza!”.


Num diálogo anterior, o empresário prestou contas a Gomes sobre depósitos solicitados pelo parlamentar. De acordo com as mensagens obtidas pela PF, em 11 de junho de 2019, o senador apresentou uma lista de favorecidos a Alves para a realização de pagamentos. “Me passa o que fez, por favor”, escreveu o parlamentar ao seu amigo, que, logo em seguida, enviou comprovantes de transferências bancárias feitas a cinco pessoas e empresas que totalizam R$ 42.255.


Em 31 de janeiro de 2019, na véspera de tomar posse no Senado, Gomes solicitou ao empresário um novo repasse “para custear o buffet de uma festa”, segundo relatório policial. Diante do pedido, Alves respondeu: “Como seria? Direto no buffet? Quanto? Estamos juntos, amigo”. Gomes, então, forneceu os dados bancários de uma mulher para a efetivação do pagamento.

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