Lula agradece diagnóstico da Transição que dimensiona “estrago feito no país”

Lula diz que trabalho dimensionou o estrago causado no país, Alckmin
destacou caráter participativo da transição e Mercadante apontou

importância da PEC do Teto de Gastos

O Gabinete de Transição realizou uma cerimônia de encerramento e
agradecimentos aos 32 grupos técnicos (GTs) que entregaram, na tarde
desta terça-feira (11), os relatórios finais ao presidente eleito, Luiz Inácio
Lula da Silva. Eles serão consolidados em um relatório único até o dia 20
de novembro, reunindo todas as mais de 30 áreas temáticas analisadas
por especialistas. São propostas para “desarmar as bombas” deixadas
pelo atual governo e de ações para os 100 primeiros dias de gestão.
Além de Lula, participaram do evento o vice-presidente eleito, Geraldo
Alckmin, a coordenadora de articulação política, Gleisi Hoffmann (PT), e
o coordenador dos grupos técnicos, Aloizio Mercadante (PT). Também
estavam presentes o ex-deputado Floriano Pesaro, coordenador da
transição, e os ministros indicados Flávio Dino, (Justiça), Rui Costa
(Casa Civil) e o embaixador Mauro Vieira (Relações Exteriores).
Lula agradeceu aos integrantes da equipe e disse que o trabalho
mostrou “o tamanho do estrago que foi feito nesse país”. Todos fizeram
críticas contundentes ao presidente Jair Bolsonaro, pelo quadro de
gestão que deixa para o próximo governo, mas também pelo modo como
conduz e incentiva manifestações violentas e golpistas que questionam o
resultado eleitoral.
Leia também:  Salário mínimo terá reajuste maior do que propõe o
desgoverno Bolsonaro
Desde as diretrizes do Programa de Governo, a campanha Lula-Alckmin
abriu um amplo processo de participação social para definir suas
prioridades e demandas da sociedade. Por isso, Lula criticou o
autoritarismo do governo Bolsonaro. “É um governo que se trancou
dentro de uma redoma. Ele governou sem o Congresso, sem a
sociedade. Quem governava de verdade era o ministro da Economia,
Paulo Guedes, o Posto Ipiranga”, declarou.
Participação e autoritarismo
O vice Geraldo Alckmin fez um balanço com elogios à equipe de
transição. “Lula fez uma campanha muito participativa. Não se faz uma
campanha de um governo democrático em cima de motocicleta, fazendo
motociata. A gente faz campanha ouvindo, dialogando, conversando. O
presidente Lula percorreu o Brasil de Norte a Sul, Leste a Oeste, fazendo
reuniões com movimentos culturais, cooperativas, sociedade civil
organizada, cultura, educação, saúde, meio ambiente”, disse Alckmin.
Ao todo, foram 30 dias de trabalho centralizado no Centro Cultural Banco
do Brasil (CCBB), envolvendo 940 pessoas, sendo a maioria voluntários,
para elaborar relatórios com o diagnóstico do que encontraram, além de
orientações para os primeiros 100 dias de trabalho. Por lei, a transição

poderia nomear até 50 integrantes remunerados nesse período até a
posse.
“Essa foi a transição mais participativa de todos os governos. Na
realidade, foram (…) perto de mil colaboradores, participantes. Mas, na
realidade, se contar Zoom, participação à distância, técnica, foram mais
de cinco mil pessoas no Brasil inteiro que deram sua contribuição
voluntária”, afirmou Alckmin.
Coordenador da transição, o vice também comparou os números da
transição com a de Bolsonaro, quatro anos atrás. “É interessante
comparar com o governo que está saindo, que teve 233 participantes.
Nós tivemos mais de 5 mil. Mas eles nomearam 43 dos cargos (com
pagamento de salários), que a lei estabelece, enquanto nós nomeamos
22, ou seja, metade do gasto e com participação muito maior.”
Lula também aproveitou para confirmar o coordenador dos grupos
técnicos, Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O economista disse que
a transição preparou 23 páginas de “revogaço” de sugestões de
portarias, decretos e demais atos de Bolsonaro e de seu governo que
devem ser anulados. Ele não detalhou os temas e medidas a serem
revogadas.
O coordenador dos GTs afirmou que o trabalho da transição foi
determinante para a formulação do texto da Proposta de Emendas à
Constituição (PEC) que deve elevar em R$ 145 milhões o teto de gastos
para custear o pagamento de R$ 600 aos beneficiários do Bolsa Família.
Em sua fala, Mercadante ainda cobrou a Câmara para que vote o texto o
quanto antes, pois, segundo ele, é uma medida fundamental para
amparar as pessoas mais pobres do País.
“Quem viu por dentro o que nós vimos sabe que essa PEC é
indispensável ao País. Nós precisamos pagar R$ 600 reais do Bolsa
Família”, disse. “Quem está pagando a conta desse apagão fiscal são os
mais pobres, o que mais precisam”, prosseguiu

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