Lula livre ameaça “reforma” da Previdência

Analistas da consultoria de risco político Eurasia Group, um instrumento da ciranda finaceira mundial, consideram pouco provável que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva possa ser beneficiado pelo cumprimento da lgislação e ganhar a liberdade. Como preso político, ele fica fora da batalha da comunicação contra os desastres e ataques aos direitos do povo do governo do presidente Jair Bolsonaro.

Entre os principais alvos da força moral do ex-presidente está a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da “reforma” da Previdência Social. “É improvável que Lula seja completamente libertado da prisão no curto prazo. Ainda assim, uma presença maior na mídia pode ajudar a dar força à oposição ao governo e, especialmente, contra as deliberações de reforma previdenciária no Congresso”, disseram em um relatório.

Interesses

Para os analistas da Eurasia, a “opinião pública” é a principal variável para o desfecho da proposta no parlamento. Em seu cenário base, eles estimam que a proposta seja aprovada em uma versão com “impacto fiscal” — dinheiro tirado das aposentadorias para ser despejado na ciranda financeira — entre R$ 500 bilhões e 700 bilhões em dez anos, o que corresponde a uma diluição de ao menos 42% em relação ao texto original encaminhado pelo governo.

“A opinião pública sobre a reforma da Previdência é a variável mais importante (70% de probabilidade neste ano). Embora não esperemos um crescimento significativo da oposição, este [a participação de Lula no debate público em caso de progressão de regime] é um importante fator para monitorar”, avaliam em relatório os analistas financeiros, sem esconder os interesses que estão por trás do descumprimento das regras da democracia para encarecer o ex-presidente.