Mudanças na CLT defendidas por Bolsonaro prejudicam trabalhadores

O grupo recém-criado pelo governo federal para estudar e apontar uma nova leva
de mudanças na legislação trabalhista, poderá agravar as alterações da CLT
introduzidas ainda no governo Temer, a pretexto de modernizar as relações
capital-trabalho.
Participam ministros, desembargadores e juízes, mas sem não há representantes
dos trabalhadores ou dos patrões. O grupo começou a trabalhar na sexta (30),
em São Paulo.
Desde a entrada em vigor da Lei 13.467 os trabalhadores não tiveram qualquer
benefício originado pelas mudanças. Ao contrário. A constatação é do
coordenador do Fórum Sindical dos Trabalhadores e presidente da Confederação
Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Educação e Cultura –
CNTEEC, professor Oswaldo Augusto de Barros.
Ele diz: “Estão tentando explicar o fracasso da reforma Trabalhista. É preciso um
debate amplo, aberto e não formar pequenos grupos pra dar suporte à falada
reforma. Os trabalhadores deveriam contribuir nessa discussão. Afinal, já
perderam muito – como o trabalho intermitente e o fim do imposto sindical
obrigatório – e não houve retomada do emprego e crescimento da renda”.
O grupo vai se reunir periodicamente e atuar na área do Direito do Trabalho e
segurança jurídica, buscando reduzir questionamentos legais. Uma das propostas
é fulminar a unicidade sindical. Mas para Oswaldo isso não se sustenta. Ele
afirma: "Até a classe patronal é contra. O pluralismo sindical torna as negociações
mais difíceis. Muitos Sindicatos não terão como fazer boas negociações”.
Diap – No entendimento de André Santos, analista político do Diap, o movimento
sindical deve esperar a continuidade das iniciativas do governo Bolsonaro de
esfacelar o sindicalismo. “O grupo foi formado por Rogério Marinho, relator da
reforma trabalhista, e deve seguir a tendência pró-pluralismo. O que não é
novidade. A unicidade já esteve em pauta na Constituinte, na revisão
constitucional, foi debatida nos últimos governos. Agora, é assunto de um grupo
fechado, sem a participação da classe laboral”.
CNM/CUT – Para Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos
Metalúrgicos da CUT, a classe trabalhadora organizada deve ser propositiva.
“Temos de construir, através do diálogo, a manutenção dos Sindicatos com uma
proposta que atenda as nossas demandas. Não vamos aceitar um projeto de cima
para baixo, que só quer a eliminação pura e simples do trabalhador. Retirar
direitos não resolve o desemprego. A prova disso é a reforma trabalhista
aprovada em 2017. De lá pra cá o desemprego só aumentou” afirma o dirigente.
Mais informações: www.fstsindical.com.br

Fonte: Agência Sindical

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