No 1o. de Maio, artistas se unem em defesa do SUS e da vida

Entre depoimentos e apresentações de artistas, o ato do 1º de Maio Unificado lembrou das 400 mil mortes por covid no Brasil.

A vibração das ruas em comemoração ao Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, teve de ficar, pela segunda vez, contida nas telas das TVs e nos aparelhos eletrônicos, neste 1º de Maio de 2021.

Mas, nem o isolamento social necessário por causa da pandemia, foi capaz de calar a voz de milhões de trabalhadores, representados por líderes sindicais das oito principais centrais sindicais do Brasil, dos ex-presidentes Lula, Dilma Rousseffe Fernando Henrique Cardoso (FHC), e de artistas como Chico Buarque, Elza Soares, Odair José e Teresa Cristina, entre outros grandes nomes, que foram prestar suas homenagens e solidariedade ao povo brasileiro diante da crise econômica e sanitária que assola o país.

Com o lema “Pela Vida, Democracia, Emprego, Vacina para todos e pelo Auxílio Emergencial de R$ 600, enquanto durar a pandemia”, o terceiro 1º de Maio unitário foi também o segundo consecutivo em formato virtual, por causa da pandemia que já matou mais de 400 mil brasileiros e brasileiras.

A transmissão do 1º de Maio Unificado foi no estúdio da TVT, foi de Ellen Oléra, e do ator Paulo Betti, que virtualmente dividiu o palco do evento.

Os presidentes das centrais sindicais também estiveram no palco presencialmente, mas a organização seguiu todos os protocolos de segurança sanitária e os presentes fizeram testes para a Covid-19.

Entre depoimentos e apresentações de cantores, o ato do 1º de Maio Unificado lembrou das 400 mil mortes por Covid no Brasil.

Revolta e medo estão entre os sentimentos dos brasileiros com relação a pandemia do novo coronavírus, disse o ator Paulo Betti, um dos apresentadores do evento. Segundo ele, a ciência disse que tinha jeito, mas não foi isso que vimos no Brasil. “Bastava levar a sério o que estava acontecendo”, completou.

A fala do ator abriu o bloco que fez uma homenagem as mais de 400 mil vítimas da Covid-19 no Brasil.

A apresentadora Ellen Oléria lembrou da morte do ex-presidente da CNST, José Calixto Ramos, em consequência de complicações provocadas pela Covid-19, em fevereiro deste ano. Em homenagem ao dirigente sindical, o evento prestou condolências a todos os brasileiros que perderam familiares para a batalha contra o vírus. Depois disso, a tela da transmissão da TVT ficou com a imagem totalmente escurecida e fez-se um minuto de silêncio.

Nas primeiras apresentações musicais, tocaram e cantaram Marcelo Jeneci, cantor e compositor paulistano, Aíla, de Belém, e Odair José, goiano de origem. Odair José também falou de vacina e melhores condições de vida.

O professor e advogado Silvio Almeida fez pronunciamento destacando a “violência sistemática” contra os trabalhadores, por parte de um governo “que não demonstra ter nenhum apreço pela vida humano, pelo país, e portanto pela classe trabalhadora, que é quem movimenta o país”.

A maioria dos artistas que participaram do 1º de Maio Unitário defendeu a educação, o Sistema Único de Saúde (SUS), seus trabalhadores e lembraram que as mulheres negras e pobres são as mais afetadas pela crise econômica agravada pela covid-19.

O ator e apresentador Gregório Duvivier enviou parabéns a todos as centrais, e disse que era dia de celebrar a luta dos trabalhadores do mundo e do Brasil e agradeceu a resistência ao desmonte e à escalada do fascismo.

“Vocês são fundamentais para a luta, estamos juntos”, disse. O humorista manifestou solidariedade e afirmou que os trabalhadores estão na resistência contra o desmonte e o fascismo. “Dias melhores virão”, afirmou, ao lado do gato John.

A cantora Teresa Cristina cantou, à capela, um dos clássicos de Gonzaguinha, cuja morte completou 30 anos nesta semana. “Um homem também chora, Guerreiro menino”, que fala, inclusive, da relação com o trabalho.

Depois da apresentação, Teresa Cristina fez referência ao próximo ano, que é eleitoral: “2022 está chegando. Eu quero ser feliz de novo, junto com vocês”, disse se referindo ao slogan da campanha eleitoral do PT “Para o Brasil ser feliz de novo”.

Em seguida, Chico César disse:  “Venho da classe trabalhadora, tenho muito orgulho disso”.

Em seguida, ele cantou Pedrada, que fala da resistência ao fascismo.

A também cantora Doralyce falou sobre o direito ao trabalho e interpretou Vamos derrubar o governo.

A cantora Elza Soares cantou junto com o rapper Renegado, a música “A carne”, que fala sobre a questão racial no Brasil. Com versão modificada em 2017, a letra diz  que “a carne mais barata do mercado foi a carne negra”.

O cantor e compositor Chico Buarque também mandou sua mensagem aos trabalhadores.

“Neste 1ºde Maio queria mandar um abraço, minha saudação ao esforço unificado das centrais sindicais no sentido de despertar solidariedade e lutar por emprego, por vacina e democracia. Um grande abraço”, disse Chico.

Também se apresentaram e enviaram mensagens aos trabalhadores,  Delacruz, Johnny Hooker, Marcelo Jeneci, Odair José, Aíla, Renegado, Bia Ferreira, Doralyce; Osmar Prado, Spartakus, Lirinha, Tereza Seibilitz e Lucy Alves, além do acadêmico Silvio Almeida e a atleta Joana Maranhão, entre outros.

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