No Dia de Denúncia Contra o Racismo, manifestações se espalham pelo país

Organizadores do atos divulgaram manifesto e homenagearam vítimas de operação policial no Jacarezinho.

No dia em que se completam 133 anos da Abolição da Escravidão no Brasil, milhares de manifestantes pediram justiça por mortes ocorridas em operações policiais e gritavam palavras de ordem, durante ato contra o racismo realizado nas ruas do centro do Rio de Janeiro e de São Paulo, nesta quinta-feira (13). Manifestações denunciando o racismo se espalharam por outras capitais.

O movimento Coalização Negra por Direitos, que reúne 200 entidades, organizou os atos. No Rio, a manifestação homenageou os 27 mortos do Jacarezinho, comunidade da zona norte. Hoje a operação considerada como a mais letal do Rio de Janeiro completa uma semana.

Foto: Roberto Parizotti

Na Avenida Paulista, o ato contra o racismo tinha como lema  “Nem Bala, Nem Fome, Nem Covid. O Povo Negro Quer Viver”. O protesto reivindicou ainda o auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, já que a população carente tem sido uma das mais afetadas pela covid. A manifestação ocorreu na região do Museu de Arte de São Paulo (Masp), a partir das 17 h.

“Nós, negras e negros brasileiros em Coalizão Negra por Direitos, denunciamos ao mundo que vivemos em um país no qual amanhã poderemos estar mortos, pelo fato de sermos negros. Seja pelo coronavírus, seja pela fome, seja pela bala, o projeto político e histórico de genocídio negro avança no Brasil de uma forma sem limites e sem possibilidade concreta de sobrevivência do povo negro”, diz texto do manifesto divulgado pela coalizão.

O documento também destaca as mortes no Jacarezinho, no Rio de Janeiro, o crescimento da pobreza e desemprego no país e a falta de vacinas no Brasil. 

Os protestos ocorreram por todo o Brasil, em capitais do Norte e do Nordeste, como Rio Branco (AC), Salvador (BA) e Fortaleza (CE).

Apesar de a data ser oficialmente o Dia da Abolição da Escravatura, a Coalização Negra por Direitos reconhece o 13 de maio como Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo. Neste ano, além da ação policial no Jacarezinho, os atos também lembram o agravamento da fome no país por causa da pandemia de covid-19.

Foto: Roberto Parizotti

Neste 13 de Maio, homenageio Luís Gama, o filho de escrava liberta, que estudou, se tornou rábula e foi quem mais libertou escravos no Brasil. É um herói negro da luta abolicionista e símbolo da igualdade pela qual ainda temos muito a batalhar. #13deMaioNasRuas pic.twitter.com/hTnfnUpT5d

— Orlando Silva (@orlandosilva) May 13, 2021

A Abolição não foi de mão beijada, foi resultado de séculos de lutas, de sangue derramado, de heroísmo. Vale muito a leitura dos textos do nosso saudoso Buonicore e acompanhar o @Graboisorghttps://t.co/QmWlsXbdOp

— Orlando Silva (@orlandosilva) May 13, 2021

13 de maio é dia nacional de denúncia contra o racismo.
O Brasil é um dos países mais racistas no mundo, mesmo tendo o povo negro como maioria.
Dizer que não existe racismo aqui é invisibilizar o negro e promover o seu genocídio.
Basta!
#RacismoéCrimepic.twitter.com/k1E2hcSLOZ

— Leci Brandão 12/5 #CombateAoRacismo (@lecibrandao) May 13, 2021

Bom dia e #tbt com Lélia Gonzales em Dakar, Senegal. Foi daqui, do porto de Gorée, que levaram meus bisavós para a escravidão. O dia 13 de maio é o Dia Nacional de Luta contra o racismo. Dia de lembrar que as cicatrizes da escravidão ainda mancham de sangue a nossa sociedade. pic.twitter.com/ZV6j2wYj9X

— Benedita da Silva (@dasilvabenedita) May 13, 2021

Agora, no #13deMaioNasRuas, contra o racismo, contra a fome, violência! O povo negro quer viver! pic.twitter.com/m60r5HujI2

— ERIKA HILTON 🏳️‍⚧️💉 (@ErikakHilton) May 13, 2021

Ato pelo dia #13deMaioNasRuas começando no Rio de Janeiro! Denunciamos o racismo e a farsa dessa abolição inconclusa! Contra o genocídio do povo preto! Por justiça e reparação! ✊🏾 pic.twitter.com/vnAv88Pp5v

— Instituto Marielle Franco (@inst_marielle) May 13, 2021

Fonte: Portal Vermelho

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