Para Maia, votação da reforma da Previdência não passa desta quinta (4); oposição reage

Regra de transição mais branda para policiais ficou de fora do novo parecer do

relator Samuel Moreira (PSDB)

A quarta-feira (3) foi marcada por embates em torno da possibilidade de votação
do parecer da reforma da Previdência, de autoria do deputado Samuel Moreira
(PSDB), na comissão especial na Câmara. Rodrigo Maia (DEM), presidente da
Casa, trabalhou nos bastidores junto ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni
(DEM), para acelerar a votação, e chegou a afirmar à imprensa que a votação não
passaria de quinta-feira (4). "Já estou chamando sessão para amanhã [4] à tarde
para garantir quórum da Casa até o final da votação na comissão”, disse ao portal
G1.
Os esforços para agilizar a votação foram criticados por opositores, que tentaram
obstruir o processo. Eles alegam que não houve tempo mínimo para a leitura da
nova versão do texto e, portanto, pedem mais tempo para analisar o parecer.
"Dizem que vão adentrar a madrugada para aprovar a reforma. Hora-extra para
beneficiar banqueiros e prejudicar os mais pobres", resumiu a deputada federal
Erika Kokay (PT), em sua conta no Twitter.
Alice Portugal (PCdoB) deixou claro que o novo parecer atende aos mesmos
interesses da proposta original. "O que querem fazer é entregar de bandeja a
Previdência Social ao mercado. O novo relatório da reforma da Previdência traz as
mesmas iniquidades do primeiro parecer. Estamos lutando com muita energia
contra essa reforma cruel", publicou na mesma rede social.
Mudanças
Apesar dos esforços do presidente Jair Bolsonaro (PSL) para garantir uma regra
de transição mais branda para policiais, o texto do parecer foi modificado. Com
isso, o relatório passa a prever idade mínima de aposentadoria de 55 anos para
homens e mulheres dessas categorias.
Outra modificação feita pelo relator diz respeito à possibilidade da cobrança de
contribuições extraordinárias de servidores da ativa, aposentados e pensionistas
dos estados e municípios. Na nova versão, Moreira manteve apenas a
possibilidade de cobrança dessa contribuição extraordinária para servidores da
União, excluindo as menções a estados e municípios. Esse era um dos principais
entraves ao avanço da proposta na Câmara.

Fonte: Brasil de Fato

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