Parlamentares defendem Sistema S, mas pedem mais transparência e diálogo com governo

Diretor do Senai disse que 80% das pessoas formadas por entidades conseguem

emprego no primeiro ano

Deputados defenderam nesta quinta-feira (30) as entidades do Sistema S, mas
pediram mais transparência na gestão das organizações, rotatividade dos
dirigentes e maior interação com a sociedade, que desconhece o trabalho feito
por elas.
O assunto foi debatido pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria,
Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, a pedido do deputado Glaustin
Fokus (PSC-GO).
O Sistema S é composto por nove entidades (Senai, Sesc, Sesi, Senac, Senar,
Sescoop, Sest, Senat e Sebrae), mantidas por confederações patronais, que
promovem cursos de educação e capacitação de trabalhadores de determinados
setores da economia. Também realizam alguns trabalhos sociais.
Recentemente o sistema foi alvo de críticas do ministro da Economia, Paulo
Guedes, que defendeu corte nas alíquotas das contribuições, que pode chegar a
3,1% da folha, para diminuir a carga tributária das empresas.
Para o deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA), as entidades do sistema realizam
um trabalho relevante, mas a população desconhece isso, assim como não sabe
de onde vêm os recursos que alimentam as organizações. “Isso tem que ser
passado para a sociedade. Ela precisa entender de onde vêm e para onde vão os
recursos”, disse.
As entidades do Sistema S são mantidas por contribuições pagas pelas médias e
grandes empresas sobre a folha salarial. No ano passado, a contribuição somou
R$ 17 bilhões.
Governança
Os deputados Amaro Neto (PRB-ES) e Alexis Fonteyne (Novo-SP) também
destacaram a importância do Sistema S para a economia, mas pediram
rotatividade dos dirigentes das entidades. “Às vezes demora demais, são os
mesmos representantes de muitos anos e acaba passando para a sociedade que
não há rotatividade à frente do sistema”, disse Neto. Já Fonteyne defendeu a
saída dos dirigentes que entram para a política, para evitar “conflito de
interesses”.
Durante o debate, que ouviu representantes das entidades, o deputado Osires
Damaso (SPC-TO) propôs que o Sistema S realize um estudo sobre a atuação em
cada estado e apresente os resultados para as bancadas estaduais. Segundo ele,
em alguns locais o sistema pode funcionar melhor do que em outros. Damaso
disse ainda que há uma demanda dos empresários por redução da carga
tributária que não pode ser desprezada. “Hoje o meu pensamento é que
precisamos desonerar as empresas”, afirmou.
Diálogo
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael
Lucchesi, disse aos deputados que o Sistema S já está conversando com o
governo sobre mudanças na gestão. O ministro Paulo Guedes propôs que as
entidades assinem contratos de gestão com objetivos e metas. “O governo está

tendo acesso a mais informações e está colocando pontos que estamos abertos”,
afirmou.
Lucchesi defendeu o trabalho realizado pelas entidades. “No período de crise,
80% das pessoas que formamos encontram emprego no primeiro ano”, disse,
referindo-se ao trabalho do Senai.
Ele e os demais convidados à audiência foram enfáticos em afirmar que não
haverá ganho para economia com o corte de recursos para o sistema.
“Isso não vai gerar nenhum emprego. O que gera emprego é crescimento
econômico”, disse o presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT),
Vander Costa.
A CNT mantém duas organizações do sistema (Sest e Senat).

Fonte: Agência Câmara

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