Pauta unificada fortalece atuação de sindicatos ante ataques a direitos

Presidente da Força Sindical, Miguel Torres defende no "Entre Vistas", na TVT,
que o movimento sindical está amadurecendo para enfrentar projetos do governo

Bolsonaro

As centrais sindicais e os sindicatos de trabalhadores devem manter e ampliar a
unificação da pauta de lutas neste ano, para enfrentar o desmonte de direitos
conduzido pelo governo de Jair Bolsonaro. Essa perspectiva de luta ficará mais
clara a partir de fevereiro, com a retomada dos trabalhos no Congresso Nacional.
Projetos como o da Medida Provisória 905 – chamada de MP da carteira verde e
amarela pelo governo, mas que precariza as relações de trabalho a pretexto de
criar novos postos – e a reforma sindical vão exigir dos trabalhadores a
consolidação do esforço unificado para enfrentar retrocessos.
“É muito positivo, o amadurecimento do movimento sindical está levando a isso.
É claro que tem diferenças ainda grandes, se a gente for analisar ponto por
ponto, mas conseguimos definir uma pauta única – essa pauta unifica as ações”,
afirma o presidente da Força Sindical Nacional, Miguel Torres.
“Talvez a gente ainda não tenha o sucesso que deveríamos ter tido, tanto na
reforma trabalhista, como na reforma da Previdência, mas as entidades sindicais,
as centrais, se unificaram e levaram a mesma proposta, foram à luta, em
manifestações grandes no país. É lógico que a grande mídia não dá vazão para
isso, mas sabemos que fizemos. Não ganhamos a maioria dos trabalhadores, da
população, por causa da guerra da comunicação, mas esse ponto para nós hoje é
primordial, manter a unidade de ação das centrais sindicais”, defende Torres.
Nesta quinta-feira (30), a TVT apresenta nova edição do programa Entre Vistas,
conduzido pelo jornalista Juca Kfouri, em que Miguel Torres faz um balanço do
movimento sindical neste momento. Participam também do programa a secretária
adjunta de combate ao racismo da CUT, Rosana Souza, e a vice-presidente da
Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Mônica Veloso.
Segundo Torres, também estará na pauta de luta dos trabalhadores o desafio de
recuperar a política de aumento real do salário mínimo, abandonada pelo governo
Bolsonaro. “O governo fez duas MPs sem o aumento real do mínimo, isso é um
crime na distribuição de renda e nós vamos tentar dentro do Congresso emendas
que retornem uma política de valorização com aumento real. As centrais nos
pontos principais estão unidas”, afirma.
Torres explica que na questão da reforma sindical, das seis grandes centrais hoje
no país, quatro se manifestaram em favor da reforma para poder avançar, dar
credibilidade ao movimento sindical e às contribuições que tem de ser feitas à
luta do trabalhador. “São os trabalhadores que definem o seu financiamento –
não queremos a volta do imposto sindical, nós queremos é que as contribuições
passem pelas negociações, tanto os acordos como convenções coletivas. E o
trabalhador decide o sindicato que ele quer – se ele quer um sindicato que lute,
que se organize, que interfira e faça parte da discussão nacional”.
Quem acompanhar a entrevista desta noite poderá verificar questões como a
importância da comunicação entre as organizações sindicais e os trabalhadores,
que se mostra como um tema recorrente na entrevista, e as estratégias para
enfrentar a precarização do trabalho, processo também chamado atualmente de
uberização, para o qual Torres defende o fortalecimento das instituições para que
se resgate o mínimo de proteção social ao trabalho.

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Fonte: Rede Brasil Atual

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