“Prisão de Bolsonaro” ganha relevância pelas atitudes dele mesmo

Ele teria dito a interlocutores que, numa eventual ordem de prisão, agiria dessa forma: “Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer” 

O assunto “prisão de Bolsonaro” ganhou destaques nas redes sociais não por ação dos seus opositores, mas por meio da conduta do próprio presidente que estaria desesperado com essa possibilidade caso perca as eleições.

De acordo com a mídia, o presidente teria dito a interlocutores que, numa eventual ordem de prisão, agiria da seguinte forma: “Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer”.

Parlamentares do centrão também deram um empurrão quando o assunto é manter uma polêmica em evidência.

A dois meses da eleição, informa o blog da Andréia Sadi, aliados do presidente retomam articulação por PEC [emenda à Constituição] que blinda Bolsonaro com cargo vitalício.

“Uma das ideias é conceder uma espécie de cargo de senador vitalício aos ex-presidentes, garantindo foro privilegiado e imunidade parlamentar aos políticos”, diz a colunista.

Na prática, a proposta demonstra que a apreensão de Bolsonaro diante da possibilidade de ser preso tem ramificações no parlamento brasileiro, ou seja, prevalece o ditado popular: “Onde há fumaça há fogo”.

A vice-líder da oposição na Câmara, Perpétua Almeida (PCdoB-AC), não tem dúvida. “Bolsonaro não quer ser preso e está se movimentando. Aliados do presidente voltaram a articular uma PEC que blinda todos os ex-presidentes da República para evitar que sejam alvos de prisão quando deixarem os cargos”, informou.

“Desespero! Aliados de Bolsonaro na Câmara articulam uma PEC q cria um cargo vitalício para o presidente, para livrá-lo da prisão, escancarando a confissão de culpa do criminoso. Se isso vai for verdade, vai ter muito briga, porque não vamos descansar até ver BOLSONARO NA CADEIA”, escreveu no Twitter a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS).

A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP) considerou uma proposta esdrúxula: “É tão absurdo, que beira o escárnio. Consta que deputados do centrão e aliados de Bolsonaro estariam articulando uma PEC que blindaria todos os ex-presidentes da República, que os impediria de serem alvos de prisão, após o fim de seus mandatos, no caso, o próprio Bolsonaro”.

Deputada Perpétua Almeida (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara dos Deputados)

Prisão

Vários parlamentares da oposição se posicionaram diante do pavor do presidente. “Ele ‘acredita’ que será preso. Porém, quem vê a lista das denúncias, que percorrem boa parte do código penal, tem certeza! Enquanto presidente, está protegido por sigilos de 100 anos e pelo engavetamento constante. Depois que perder o cargo, a Justiça lhe alcançará! #VoltaLula”, postou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) diz que “as ações eleitoreiras de Bolsonaro a favor das pautas sociais são uma demonstração de desespero”. “O medo de quem sabe que durante esses quase quatro anos o que não faltou em seu governo foram irregularidades. 60 dias para a hora da verdade”, lembrou.

“Ciente da própria delinquência, Bolsonaro já não esconde mais o pânico de ser preso e admite isso com frequência a interlocutores, segundo a imprensa. A aparente valentia golpista esconde um presidente acuado, isolado e que sabe que deve e terá que pagar. BOLSONARO NA CADEIA!”, postou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).

O deputado Bohn Gass (PT-RS) traduz a situação em números: “Bolsonaro tem 151 razões para estar apavorado: são as 131 notícias-crime e as 20 interpelações judiciais feitas contra ele no STF. O pavor não é de que haja fraude nas urnas, mas de que os processos andem e ele acabe na cadeia. Todo o resto é desculpa e esperneio”.

Salvo-conduto

O inferno astral de Bolsonaro não para por aí. O salvo-conduto que articulou com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques, por meio das nomeações para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), pode ter efeito zero.

Isso porque o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou no Twitter que as sabatinas dos dois indicados para o STJ ficarão para depois das eleições.

“As sessões presenciais, em regime de esforço concentrado para apreciação de autoridades, conforme decisão da maioria dos líderes, ficarão para o período imediatamente após as eleições de 2 de outubro, para se garantir quórum qualificado”, disse Pacheco.

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