Projeto que reajusta aposentadorias divide opiniões de senadores

Projeto que reajusta aposentadorias maiores que um salário mínimo pelo mesmo
indicador de reajuste do salário mínimo foi alvo de debate na quarta-feira (3) na
Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O Projeto de Lei do Senado (PLS) 302/2016
estava na pauta de votação, mas recebeu pedido de vista coletiva por parte dos
senadores que o julgam contrário à atual proposta de reforma da Previdência.
De autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), e com parecer favorável do relator,
senador Flávio Arns (Rede-PR), o projeto cria o Programa de Recuperação do
Poder Aquisitivo das Aposentadorias e Pensões, com o objetivo de preservar, em
caráter permanente, o valor real desses benefícios previdenciários de valores
acima do mínimo.
Para o relator, essa iniciativa merece ser louvada, “por tornar efetivo o disposto
no artigo 201, parágrafo 4º, da Carta Magna, que assegura aos segurados e
dependentes o reajustamento das prestações pecuniárias a eles pagas,
garantindo, de forma permanente, a manutenção do poder aquisitivo dos seus
benefícios previdenciários”.
No entanto, de acordo com o senador Marcelo Castro (MDB-PI), a proposta
inviabilizaria qualquer Previdência do mundo e ainda causaria um segundo mal,
que seria a impossibilidade de se reajustar o salário mínimo com ganho real.
— Nós estamos fazendo uma reforma da Previdência por absoluta necessidade.
Nós estamos tendo um déficit este ano superior a R$ 300 bilhões. Está na hora de
a gente ver com realismo a situação financeira que o país está vivendo. Nós
estamos é concedendo mais benefícios. Todo ano o salário mínimo vem tendo
reajustes acima da inflação. Ora, se nós formos estender esse ganho real para
todos os aposentados do INSS, nós vamos fazer exatamente o contrário daquilo
que está sendo proposto — afirmou Castro.
Da mesma forma comentou a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), que alegou a
necessidade de se ter responsabilidade neste momento. De lado oposto, os
senadores Jayme Campos (DEM-MT), Flávio Arns (Rede-PR) e Zenaide Maia
(PROS-RN) defenderam o projeto por considerá-lo meritório para corrigir
injustiças. Jayme Campos deu o exemplo do próprio pai, que contribuiu durante
toda a vida em cima de 20 salários mínimos e acabou se aposentando com um
salário mínimo.
— Essa questão é louvável. Sabemos perfeitamente da questão da reforma da
Previdência, que precisamos ter responsabilidade sobretudo num país que vive
uma crise sem precedência, entretanto a questão é grave e é séria. Fator
Previdenciário o Congresso tem que discutir e tem que votar — defendeu Jayme
Campos.
Depois de passar pela CAS, o PLS 302/2016 vai a votação final na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE).

Fonte: Agência Senado

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