Reajustes salariais mantêm tendência de melhora: em 2023, quase 74% acima da inflação

Inflação menor contribui para maior quantidade de aumentos reais em acordo

coletivos celebrados no ano

O cenário para as negociações coletivas continua mostrando tendência de
melhora, segundo dados divulgados nesta terça-feira (21) pelo Dieese. De um
total de 1.184 acordos analisados neste ano, até o último dia 9, tiveram aumento
real 73,6%. Ou seja, reajustes salariais acima da inflação (medida pelo INPC-
IBGE, usado como referência na área trabalhista).
Além disso, 19,3% dos acordos resultaram em reajuste equivalente à variação do
INPC em 12 meses. E 7,1% ficaram abaixo da inflação. Até agora, a média das
negociações é de 0,88% acima do índice oficial.
“O quadro que começa a ser desenhado para 2023 mostra predominância dos
reajustes salariais acima da inflação, em forte contraste com o ocorrido em anos
anteriores”, afirma o Dieese em boletim. Contribui para isso a diminuição da taxa
de inflação nos últimos meses. De maio a julho do ano passado, por exemplo, era
necessário um reajuste em torno de 12% para repor perdas. Enquanto para
categorias com data-base neste mês é preciso 5,47%.
Apenas em fevereiro, de 149 acordos analisados 69% tiveram ganho real. Foram
23,5% com reajustes equivalentes ao INPC e 7,4% abaixo. De acordo com o
Dieese, o resultado do mês passado foi semelhante ao das duas datas-base
anteriores.
Entre os setores, nos primeiros dois meses de 2023 a indústria teve 76,9% de
acordos com aumento real. Já os serviços ficaram com 74%. No comércio, foram
56%.
O valor médio dos pisos salariais nos instrumentos coletivos deste ano tá em R$
1.485,51. Fica 14,1% acima do salário mínimo.

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