Recorde de contágios leva britânicos a novo confinamento de 42 dias

Terceira onda de contágios chega à média de 50 mil novos casos diários, contra média e 20 mil da segunda onda, devido a nova variante mais contagiosa do vírus.

O primeiro-ministro Boris Johnson observa a irmã mais nova, Susan Cole, ser injetada com a vacina Oxford / AstraZeneca Covid-19 durante uma visita ao Chase Farm Hospital, no norte de Londres. Foto de Andrew Parsons / Nº 10 Downing Street

A divulgação de mais um recorde no número de novos casos de coronavírus no Reino Unido, nesta segunda (4), levou o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, a decretar novo confinamento nacional na Inglaterra. Alunos de todos os níveis voltarão a ter aulas a distância.

Nas últimas 24 horas, o Reino Unido registrou 58.784 novos casos de Covid-19, maior número diário e sétimo dia consecutivo com mais de 50 mil novos doentes por dia. A tendência aumentou com o surgimento de uma nova variante do Sars-Cov-2, conhecida como B117 e até 70% mais transmissível.

Contágios mais que dobram em relação à segunda onda, a partir de dezembro

Desde o começo da pandemia, já morreram no país mais de 75 mil pessoas, o que coloca os britânicos ao lado dos italianos no topo do ranking de óbitos por coronavírus na Europa. Nas últimas 24 horas, houve mais 407 mortes, e as taxas semanais têm crescido.

Nova onda de mortes no fim de 2020 ainda é menor que o pico de abril

Ao anunciar o novo confinamento, em um pronunciamento nacional, Boris disse que ao menos nas próximas seis semanas as pessoas só poderão sair de casa para compras essenciais, trabalhar quando não houver alternativa de fazê-lo remotamente, fazer exercícios, ir ao médico ou escapar de violência.

Segundo ele, até meados de fevereiro a expectativa é a de que sejam imunizados os grupos prioritários (idosos e funcionários de saúde), o que permitirá um relaxamento gradual das restrições. O governo britânico adotou uma estratégia de acelerar a vacinação adiando a aplicação da segunda dose, para imunizar o maior número possível de pessoas em menor tempo.

Segundo Boris, o risco de manter escolas abertas não é para as crianças, já que elas não são especialmente afetadas pela nova variante, “mas elas podem atuar como vetores de transmissão”. A medida é uma reação tardia à pressão sindical dos trabalhadores da educação que reclamavam da vulnerabilidade ao contágio desses profissionais mais idosos.

A Comissária das Crianças para a Inglaterra, Anne Longfield, também pediu que professores, que não estavam entre as prioridades da primeira vacinação, sejam imunizados com prioridade para evitar a transmissão e o fechamento das escolas. Segundo Longfield, a suspensão das aulas é uma ameaça à saúde mental das crianças.

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