Renan Calheiros aponta “14 mentiras flagrantes” de Pazuello na CPI

O relator da CPI diz que a comissão presencia “um espetáculo nunca visto” diante de um depoimento cheio de contradições. Pazuello adota uma estratégia de blindagem de Bolsonaro para não o responsabilizar pelo caos na pandemia

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), disse nesta quinta-feira (20) que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello mentiu na comissão por 14 vezes e defendeu uma varredura delas por empresa de checagem. Segundo ele, desde quarta-feira (19) houve “um espetáculo nunca visto” diante de um depoimento cheio de contradições. Pazuello adota uma estratégia de blindagem de Bolsonaro para não o responsabilizar pelo caos na pandemia.

“Em 14 oportunidades, o depoente mentiu flagrantemente. Ousou negar suas próprias declarações. Essa é uma nova cepa: a negação do negacionismo. Negar tudo aquilo que está posto, que a sociedade conhece, acompanha e se indigna… não dá! Isso é tripudiar da CPI, imaginar que palavras são jogadas ao vento em qualquer lugar. Nós precisamos que se respeite a CPI”, protestou Renan.

Nessa linha, ele considerou fundamental contratar um serviço para fazer uma procura online da verdade. “Uma varredura das mentiras ou das verdades que estão sendo pronunciadas aqui. O depoente, em uma, duas, três, cinco, seis, sete… em catorze oportunidades, mentiu flagrantemente, ousou negar suas próprias declarações”, disse.

Mentira

“Ele é a principal testemunha, mas resolveu mentir”, disse o relator que apontou algumas contradições de Pazuello. Após inquirir o ex-ministro, o senador lembrou que no dia 19 de outubro do ano passado, após ele assinar um protocolo de intenção para comprar 46 milhões de doses da vacina Coronavac, Bolsonaro declarou que não as compraria. Diante disso, Pazuello participou de uma live ao lado presidente, e disse o seguinte:  “É simples assim um manda e outro obedece.”

“Na verdade, aquilo era só um jargão militar, uma posição de internet. Nunca o presidente da República mandou eu desfazer qualquer contrato, qualquer acordo com o Butantan”, disse Pazuello, referindo-se ao episódio.

“Houve uma distorção por parte do João Doria (governador de São Paulo) no que ele (Pazuello) falou . Ele tem um protocolo de intenções que já mandei cancelar. O presidente sou eu e não abro mão da minha autoridade”, disse Bolsonaro à imprensa sobre o episódio.

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Iram Alfaia

Fonte: Portal Vermelho

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