Vargas avalia vitória de Lula e desafios sindicais

João Guilherme Vargas Netto é o mais experiente consultor sindical brasileiro.
Analista político afiado. Segunda (31), ele falou à Agência Sindical sobre a vitória
de Lula.
Trechos principais:
Relevante – O aspecto mais relevante da campanha foi a ação presencial de
Lula, que funcionou como ponta de lança de resistência à baderna e ao golpismo
bolsonarista.
Congresso – Na medida do possível, a própria eleição de Lula reequilibrará a
grande derrota do campo progressista nas eleições proporcionais. Há
adversidades e problemas que ele saberá enfrentar com a sabedoria que
demonstrou ao longo da campanha.
Bolsonarismo – A vitória só não foi completa porque a atuação presencial de
Lula impediu.
Casamento – Lula representou o casamento do indivíduo carismático com a
percepção de suas propostas, como um salário mínimo maior e respeito aos
pobres. A altivez de sua pessoa e programa fez com que ele fosse mais crível que
a própria promessa de Bolsonaro de elevar o Mínimo pra R$ 1,4 mil.
A eleição – Nem vitória de PT, nem frente ampla, nem povo brasileiro, embora
Lula carregue essas três marcas. O povo brasileiro está politicamente dividido
pela metade. Nesse quadro, a vitória pessoal de Lula tem um caráter
fundamental.
Sindicalismo – O movimento participou das eleições enfrentando dificuldades
estruturais, como desemprego, perda salarial e poucos recursos nas entidades.
Mas procurou contribuir. Eu não superestimo nem alimento ilusões de
protagonismo. Devemos dar força e projeção às propostas de Lula, como, por
exemplo, a negociação tripartite. O documento da Conclat precisa vir a ser um
programa orgânico nosso.
Confiança – Quanto a Lula, o movimento deve perguntar: “onde é que eu assino,
Presidente?” E trabalhar pela unidade da base, que votou dividida.

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