Bolsonaristas tinham 2 núcleos “trabalhando em paralelo” para dar golpe

Planos golpistas tinham até uma data-limite para sair do papel: 18 de
dezembro, data inicialmente prevista para a diplomação de Lula e

Alckmin

A Polícia Federal começa a concluir as investigações sobre a  ameaça de
golpe contra o Estado Democrático de Direito liderado pelo ex-presidente
Jair Bolsonaro  (PL). Conforme informação revelada nesta terça-feira (10)
pela jornalista Malu Gaspar (O Globo), os bolsonaristas tinham dois
núcleos golpistas “trabalhando em paralelo” para tentar invalidar a vitória
de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022.

Os planos tinham até uma data-limite para sair do papel: 18 de
dezembro, data inicialmente prevista para a diplomação de Lula e de seu
vice, Geraldo Alckmin (PSB). Para apoiadores extremados de Bolsonaro,
uma diplomação, se consumada, dificultaria a realização de novas
eleições ou mesmo a anulação do resultado nas urnas.
Embora o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não tivesse informações
prévias sobre os planos, a diplomação – que podia ocorrer até 19 de
dezembro – foi marcada para o dia 12 e frustrou os intentos
bolsonaristas.  Mas, segundo Malu Gaspar, “as investigações
demonstram que os golpistas continuaram tramando de acordo com o
cronograma inicial”, em dois núcleos.
O “núcleo operacional” organizava manifestações em frente a quartéis do
Exército, bloqueios em estradas e “tumultos”, como o do dia 12 de
dezembro, quando carros e ônibus foram incendiados em Brasília. Já o
“núcleo político” buscava “medidas de exceção a serem tomadas assim
que uma dessas iniciativas de tumulto ‘popular’ fosse bem-sucedida”.
De acordo com a Polícia Federal, dois militares –  o tenente-coronel
Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e o general da reserva
Walter Braga Netto  – tinham ciência da ação dos dois núcleos. Braga
Netto foi candidato a vice-presidente na chapa em que Bolsonaro
concorreu à reeleição. Após a disputa eleitoral, ele teria sido um dos elos
entre Bolsonaro e os acampamentos golpistas nos quartéis,
De acordo com Malu Gaspar, a PF já tem provas de que militares
atuaram em favor de um golpe em 8 de janeiro, “aplicando táticas de
insurgência e guerrilha urbana e guiando os manifestantes para a
invasão das sedes dos Três Poderes”. A parceria entre membros das
Forças Armadas e apoiadores de Bolsonaro eleva a expectativa para que
militares estejam entre os réus pelas tentativas de golpes no Brasil.
Fonte: Vermelho

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