Bolsonaro se queixa de espera “aflitiva” até posse de Lula e reclama que não tem mais “poder algum”

Derrotado, Bolsonaro diz que está apenas “batendo ponto” e “esperando o tempo
passar”. Para ele, o presidente eleito deveria tomar posse logo depois da vitória
Bolsonaro não aguenta mais. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, ele se
queixou a interlocutores que é “aflitiva” a espera até a posse de Lula e reclama
que não tem mais “poder algum”. Segundo esses interlocutores, Bolsonaro
gostaria de entregar o poder já.
Para ele, a lei deveria mudar, e o novo governante deveria tomar posse logo
depois de abertas as urnas -mas terá que esperar até 1º de janeiro de 2023. A
não ser que renuncie antes.
Bolsonaro teria reclamado que o presidente que está deixando o cargo já não tem
mais poder algum e suas opiniões não têm relevância. A ele restaria, portanto,
ficar “batendo ponto” e esperando o tempo passar -mas sequer bater o ponto
está batendo, pois não aparece para o trabalho no Planalto desde a derrota.
Na política estadunidense, essa condição transforma o presidente em fim de
mandato num “pato manco”. No Brasil, diz-se que a alguém na condição de
Bolsonaro só se serve café frio no palácio.

Apático e deprimido, segundo assessores, Bolsonaro não tem nenhum
compromisso na agenda oficial e mandou Mourão receber as cartas credenciais de
embaixadores que vão atuar no Brasil, na última quarta-feira (16). Entre os
embaixadores que assumirão os cargos no Brasil está o argentino Daniel Scioli,
indicado pelo presidente Alberto Fernández, amigo pessoal de Lula, que é
considerado inimigo por Bolsonaro.
Mourão classificou a reclusão de Bolsonaro no Palácio da Alvorada como "retiro
espiritual" e instou o líder do governo a assumir a derrota para ter chances de
liderar a oposição.
No entanto, a cada dia, Bolsonaro aumenta o isolamento. Desde a vitória de Lula,
o presidente só esteve no Planalto por duas vezes para se reunir com Paulo
Guedes, no dia 31 de Outubro, e para cumprimentar o vice-presidente eleito,
Geraldo Alckmin (PSB), no dia 3 de novembro.
Nos últimos 17 dias, Bolsonaro não teve nenhum compromisso na agenda oficial
em 4 deles – sem contar os finais de semana e feriados.
Nos demais, o presidente despachou do Palácio da Alvorada, onde também não
compareceu às conversas diárias que tinha com apoiadores.

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