PGR deverá analisar duas investigações envolvendo Bolsonaro

Além da fraude na carteira de vacinação, Paulo Gonet poderá retomar análise sobre o relatório da CPI da Covid, arquivado por Augusto Aras.

Estão nas mãos do procurador-geral da República, Paulo Gonet, dois
importantes instrumentos para que seja feita justiça por alguns dos
principais malfeitos cometidos por Jair Bolsonaro durante sua desastrosa
passagem pela Presidência da República: o indiciamento do ex-
presidente pela fraude no cartão de vacinação e o relatório da CPI da
Covid, que havia sido engavetado por seu antecessor Augusto Aras.
Nesta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes estabeleceu o prazo
de 15 dias para que a Procuradoria Geral da República se manifeste a
respeito do relatório produzido pela Polícia Federal, com o indiciamento
de Bolsonaro e ouras 16 pessoas por falsificação do cartão de vacinação
da covid-19.
Caberá a Gonet decidir se apresenta ou não denúncia contra os
acusados — esta será a primeira vez que o PGR vai avaliar uma
investigação envolvendo o ex-presidente.
Além de Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e mais 15
pessoas, inclusive o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ),
também foram indiciados no mesmo processo. O caso no STF está sob
relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Outro caso ainda mais importante a ser analisado pela PGR envolvendo
Bolsonaro e seu entorno são as investigações resultantes da CPI da
Covid do Senado, realizada em 2021. O relatório final recomendava o
indiciamento de 66 pessoas físicas, entre as quais o ex-presidente e ex-
ministros — destes, dois que chefiaram a pasta da Saúde, Marcelo
Queiroga e Eduardo Pazuello.
Entre os crimes imputados a Bolsonaro estão prevaricação,
charlatanismo, epidemia com resultado morte, infração de medidas
sanitárias preventivas, emprego irregular de verba pública e incitação ao
crime.
O inquérito foi arquivado por Augusto Aras, aliado de Bolsonaro, e agora,
conforme noticiado, Gonet avalia sua reabertura. Nesta terça-feira (19), o
PGR recebeu um grupo de senadores que lhe integrou o relatório.
Durante o encontro, a retomada do caso foi debatida.
“A reunião foi muito elucidativa, franca e realizada sobre saudável base
de plena confiança na boa vontade e no espírito público de todos os
participantes”, disse Gonet ao jornal O Globo.
Pelas redes sociais, o líder do governo no Congresso Nacional, senador
Randolfe Rodrigues, declarou: “Saímos convencidos de que não haverá

impunidade para os mais de 700 mil brasileiros que perderam a vida.
Depois de um longo e tenebroso período, podemos dizer que o Ministério
Público e a Procuradoria-Geral da República voltaram”.
O senador Humberto Costa (PT-PE) destacou que “não é possível, como
fez a gestão anterior, arquivar o relatório e ignorar todas as ações e
omissões do governo genocida, as responsabilidades de todos aqueles
que contribuíram com o morticínio no nosso país. Queremos justiça e
pedimos isso ao novo procurador-geral”.
Na reunião, parlamentares relataram haver fatos novos a serem
analisados, já que uma das apurações resultantes da CPI foi
apresentada depois do pedido de arquivamento. Trata-se da incitação da
população a adotar comportamentos inadequados para o combate à
pandemia. O caso está sob a relatoria do ministro Flávio Dino, do
Supremo Tribunal Federal (STF), que o herdou da ministra Rosa Weber.
Com agências

Fonte: Vermelho

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