Argentina se prepara para greve geral nesta quinta (9)

Ao longo do dia os sindicatos anunciaram a sua adesão à medida de força, como os representantes dos trabalhadores em transportes públicos.

O governo de Javier Milei pode minimizar, mas a Greve Geral convocada
pelas principais centrais sindicais da Argentina (CGT e as duas CTA)
para esta quinta-feira está se tornando cada vez mais mobilizada. Ao
longo do dia, diversos sindicatos anunciaram seu apoio à paralisação
nacional, marcada para o dia 9 de maio. Entre eles, sindicatos de trens,
ônibus e metrô já confirmaram sua participação na medida de força,
essenciais para garantir a interrupção da circulação de pessoas.
Pablo Moyano, um dos líderes da CGT, declarou que “a greve geral será
contundente”, enquanto Héctor Daer afirmou que será “uma grande
parada”. A mobilização não se limita apenas à manifestação nas ruas,
mas também visa enviar uma “mensagem” direta aos senadores para
que rejeitem os projetos da Lei de Bases e do pacote fiscal, que já
receberam meia sanção na Câmara dos Deputados.
“A greve geral é um recado aos senadores de outros blocos que ainda
não decidiram. Exigimos que não votem a Lei de Bases”, ressaltou
Moyano durante uma assembleia de trabalhadores do Confederação
Argentina de Trabalhadores em Transportes (CATT), que reúne diversos
sindicatos, incluindo caminhoneiros, ferroviários, taxistas e motoristas de
ônibus.
A mobilização também busca pressionar o Congresso Nacional a rejeitar
o prejudicial DNU 70/2023 e a lei omnibus, que têm enfrentado
resistência na Câmara Alta. Líderes sindicais têm se reunido com
senadores de diferentes blocos para garantir o apoio à causa.
Enquanto isso, os sindicatos aeronáuticos realizaram assembleias para
repudiar os projetos de lei e a tentativa de privatização da Aerolíneas
Argentinas. O anúncio da greve levou a empresa a desenvolver um plano
de contingência para minimizar os impactos nos voos. “Estamos dizendo
aos senadores que estão votando contra os seus próprios interesses,
estão votando para que as províncias deixem de ter voos aéreos todos
os dias”, disse o dirigente da Associação do Pessoal Aeronáutico (APA),
Edgardo Llanos.
O anúncio de apoio dos sindicatos durante todo o dia é uma tradição e
serve como uma demonstração de força contra o governo. Dessa vez, os
sindicatos dos transportes e outros setores anunciaram sua adesão à
greve, destacando a importância de deter leis que prejudicam os
trabalhadores e a soberania nacional.
O Sindicato Argentino de Trabalhadores Rurais e Estivadores (UATRE),
liderado por José Voytenco, aderiu à greve, assim como a Federação
dos Trabalhadores do Complexo Industrial do Petróleo, que alerta que se
junta à greve contra Milei, que “governa para os mais ricos e pune

aqueles de nós que têm empregos formais, empregos informais e
cooperativas de trabalho, além dos aposentados”.
A mobilização nacional promete ser um marco na luta dos trabalhadores
argentinos contra medidas que ameaçam seus direitos e condições de
trabalho, consolidando a resistência popular em tempos de desafios
políticos e econômicos.
Desafio à greve
Hoje, o partido no poder abriu o debate em plenário de comissões sobre
a Lei de Bases e seu pacote fiscal no Senado, buscando converter em lei
os pilares do governo de Javier Milei. No entanto, enfrenta um caminho
complexo, com um resultado incerto na Câmara Alta. A agenda proposta
pela Casa Rosada visa obter uma opinião majoritária até quinta-feira, 9
de maio, em meio à greve, para então levar a votação no plenário do
Senado no dia 16, pouco antes do Pacto de Maio proposto por Milei.
A confirmação do porta-voz presidencial Manuel Adorni de que o Pacto
será concretizado no dia 25 de maio “com ou sem Lei de Bases”
evidencia as dificuldades que o Governo enfrenta no Senado. Com uma
primeira minoria da Unión por la Patria e a resistência de vários
governadores com muitos artigos do pacote libertário, o resultado final da
votação permanece incerto.
Enquanto a Casa Rosada pressiona os governadores para apoiar a Lei
de Bases e seu pacote fiscal, a estratégia legislativa do interbloco UxP,
principal bancada da oposição, também está em curso. Essa agenda
ambiciosa e apressada reflete os desespero do partido no poder para
avançar com sua agenda legislativa.

Fonte: Vermelho

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