Bolsonarista Roberto Jefferson atira em policiais que cumpriam mandado do STF

Reação de ex-deputado, que já cumpre prisão domiciliar, ocorreu na
tarde deste domingo (23) no município de Levy Gasparian (RJ)
por  Priscila Lobregatte

Mais uma vez, o bolsonarismo mostrou o grau de insanidade a que pode
chegar. O ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), um dos mais
ardorosos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e que cumpre
prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, reagiu a tiros à Polícia
Federal (PF), que cumpria um mandado de prisão expedido pelo ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, neste
domingo (23). Dois policiais foram atingidos, sendo que destes uma
policial foi levada desacordada para o hospital. Segundo noticiado,
Jefferson também teria utilizado três granadas.
De acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a
ordem de prisão teria ocorrido após o STF ter recebido informações de
que o ex-deputado “aumentaria o tom de seus ataques às instituições” e

que “Jefferson manteria ainda um arsenal de armas em sua casa de
forma irregular”.
Além disso, na sexta-feira (21), Jefferson agrediu verbalmente, de
maneira misógina e bastante agressiva, a ministra Carmen Lúcia, do
STF. Em vídeo publicado nas redes sociais, ele a comparou a
“prostitutas” e usou temos como “arrombada” e “vagabunda”.
Leia também:  Cármen Lúcia é alvo de ataques de Roberto Jefferson
Ainda de acordo com a Folha, a decisão de prendê-lo neste domingo
levou em conta o fato de que, a partir de terça-feira (25), conforme
determina a lei eleitoral, não pode mais haver detenções deste tipo — a
não ser em flagrante.
Em vídeo publicado neste domingo após atacar os policiais, Jefferson
dizia: “Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei
neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai
piorar muito. Mas eu não me entrego”. A operação ocorreu na casa do
ex-parlamentar, no município de Levy Gasparian (RJ).
O ex-deputado foi preso em agosto do ano passado como parte do
inquérito que apura a atuação de uma organização criminosa
bolsonarista que atacou a democracia e as instituições. Uma das
condições para obter a prisão domiciliar seria que o ex-deputado não
mais se manifestasse pelas redes sociais, o que Jefferson não tem
cumprido. A prisão domiciliar foi agora revogada pelo ministro Alexandre
de Moraes.
Pouco depois do ocorrido, em coletiva de imprensa em São Paulo, o ex-
presidente Lula (PT) falou sobre o episódio. “O que eu sei é que não é
um comportamento adequado, não é um comportamento normal”,
declarou, acrescentando que “todos nós temos que ter o mínimo de bom
senso na nossa convivência democrática, nós não podemos tentar
aniquilar aqueles que discordam de você”.
Lula declarou ainda que “a gente nunca viu uma aberração dessas, uma
cretinice dessas, que esse cidadão, que é meu adversário, estabeleceu
no país. Ele conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade
brasileira raivosa, com ódio, mentirosa e que espalha fake news”. O ex-
presidente salientou que isso gera comportamentos como esse do ex-
deputado Roberto Jefferson e gera comportamento de algumas pessoas
que seguem nosso adversário”. Lula salientou que há “uma máquina de
destruição dos valores democráticos. É isso que está acontecendo no
brasil e é contra isso que o povo deve se dirigir às urnas no dia 30 de
outubro”.

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