Brasil voltou a ser respeitado e deve aprender a ser grande como é, diz Lula

Em live com membros do governo, presidente fala das conquistas
obtidas nesta que deve ser sua última viagem internacional do ano e que

rendeu novos acordos em diversas áreas

Com o objetivo de levar à população mais detalhes sobre as ações do
governo federal durante a viagem que Lula e sua comitiva estão fazendo
pelo Oriente Médio e pela Alemanha, o programa Conversa com o
Presidente desta terça-feira (5) recebeu 11 membros do governo para
um bate-papo no qual o próprio Lula foi o apresentador na maior parte do
tempo.
“Volto desta viagem muito convencido, depois da quantidade de contatos
que tive, de que o Brasil voltou a ser um país respeitado. Como é bom
você perceber que as pessoas querem conversar com o Brasil. Ver como
as pessoas querem investir. Elas querem discutir transição ecológica,
energética, a questão climática”, declarou o presidente.
Lula salientou, ainda, que “é importante que o Brasil aprenda a ser
grande. É importante que aprenda a ser importante. É importante que
aprenda a ser do tamanho que tem. A gente tem que ter grandeza
naquilo que faz em uma relação democrática”.
Primeiro a falar, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou:
“Acho que ficou confirmada a percepção de que o Brasil tem vantagens
competitivas que nenhum país tem num mundo com problemas sociais e
ambientais”.
Haddad acrescentou que os árabes “se comprometeram a continuar
investindo, não só na produção de minerais críticos, mas também estão
dispostos a atingir 10 bilhões de dólares em investimentos em empresas
e projetos de infraestrutura no Brasil”.

Na COP 28, disse ainda o ministro, “o país foi celebrado e apresentamos
programas com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para
financiar a transição ecológica no Brasil. A Alemanha não poderia ter
sido mais clara. Quer uma nova onda de investimentos, inclusive
industriais, tanto em energia limpa quanto produção manufatureira”.
Na sequência, ao tratar do cenário econômico nacional, pontuou: “Vamos
crescer 3% este ano; atingimos uma taxa muito elevada de juros em
julho e o Banco Central começou a cortar a taxa a partir de agosto.
Quero crer que com as medidas que estamos tomando junto ao
Congresso — inclusive a reforma tributária, que vai ser a primeira
reforma tributária feita em regime democrático e a mais ampla da nossa
história —, além das leis e medidas provisórias que encaminhamos, o
brasileiro pode esperar uma economia cada vez mais forte”.

PAC e Agricultura

Foto: Ricardo Stuckert
Durante sua participação, o ministro da Casa Civil, Rui Costa,
coordenador do Novo PAC, salientou: “Há muito interesse em projetos
licitados pelo governo nas áreas de infraestrutura, transição energética,
segurança alimentar e de parcerias empresariais. Há grandes
oportunidades com fundos de investimentos e agências de fomento de
vários desses países. Tivemos a oportunidade apresentar o Novo PAC
em detalhes, um projeto que pretende licitar algo em torno de 370 bilhões
de dólares”.
Carlos Fávaro, titular da pasta de Agricultura e Pecuária, destacou que “o
Brasil retomou a liderança, a boa diplomacia e os laços de amizade. Com
isso, se abriram oportunidades”. Ele explicou que 72 novos mercados
foram abertos para os produtos brasileiros até este momento. “São
mercados que o Brasil não acessava”, disse, citando como exemplos a
venda de carnes suína e bovina para o México, de algodão para o Egito
e de frango para Israel.

Ele criticou o posicionamento reativo ao governo Lula adotado por parte
dos empresários do segmento, no qual o alinhamento ao bolsonarismo é
forte. “Muitas vezes, algumas pessoas do agronegócio, talvez por
maldade ou por desconhecimento, não compreendam a força do seu
pronunciamento, de sua liderança, que ficou nítida. Um pronunciamento
muito forte com relação à sustentabilidade, com respeito ao meio
ambiente, mas com intensificação (no setor). Nosso programa de

conversão de pastagens em áreas agricultáveis vai permitir que o Brasil
possa dobrar sua produção e consequentemente, a geração de emprego
e oportunidades e com uma diferença importante: não será sobre a
floresta”.
Na sequência, o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e
Agricultura Familiar, falou sobre o Pronaf (Programa Nacional de
Agricultura Familiar). “Os três programas de compra pública lançaram
dinheiro novo, com R$ 1,5 bilhão para a alimentação escolar, R$ 1 bilhão
para a aquisição de alimentos da agricultura familiar e R$ 120 milhões de
assistência técnica e extensão rural”, salientou.
Ele acrescentou que “o grande ganho na COP é o debate sobre o
sistema agroflorestal, de casar a produção de alimentos com o
reflorestamento. De trabalhar com o conceito de florestas produtivas. Um
momento importante para consolidar a tese de que o reflorestamento dá
resultado econômico para o pequeno agricultor”.
Ciência, Trabalho e Comunicação
A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, falou
sobre  as realizações deste ano , destacando que “hoje, nós já
executamos mais recursos para Ciência e Tecnologia do que os quatro
anos do governo anterior”.
Já o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, lembrou que em dez
meses o Brasil criou 1,78 milhão de novos empregos formais, com
carteira assinada. “Na prática serão dois milhões até o fim do ano.
Estamos num processo importante de combate ao trabalho infantil e à
escravidão e acordos com vários setores”, afirmou.

Outro tema tratado na live foram as fake news e a desinformação. O
ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência,
informou que “a Alemanha tem experiência importante na área. Tivemos
uma reunião de trabalho com o ministro equivalente da Secom deles.
Dali saiu um protocolo e uma série de iniciativas conjuntas”.
Pimenta acrescentou que “é um enorme desafio construir um ambiente
de integridade da informação, de combate às fake news, de educação
midiática, de aprimorar a legislação para impedir a livre circulação de
conteúdo que é considerado ilegal fora das redes. Essa parceria com a
Alemanha é importante porque tira aquela aura de ser algo autoritário. A
Austrália também já aprovou leis nesse sentido. O Canadá aprovou. O
mundo sabe da importância dessa discussão”.

A live contou ainda com as participações dos ministros Márcio Macêdo,
da Secretaria-Geral da Presidência, e Esther Dweck, da Gestão e
Inovação, além de Márcio Elias Rosa, secretário-executivo do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e Aloizio
Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Vermelho

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