Sob protestos, venda da Sabesp entra na pauta da Alesp

Sindicatos e movimentos sociais marcam protestos para terça-feira (5),
quando projeto de privatização pode ser votado; Tarcísio distribuiu R$ 73

milhões em emendas

A privatização da Sabesp volta para a pauta da Assembleia Legislativa
de São Paulo (Alesp) nesta semana. Com duas sessões extraordinárias
marcadas para esta segunda-feira (4), a base de apoio do governador
Tarcísio de Freitas (Republicanos) pretende colocar em votação o projeto
de venda da companhia nos próximos dias mesmo sob protestos dos
trabalhadores.
Com a primeira sessão agendada às 16h30, trabalhadores, movimentos
sociais e a direção do Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água,
Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo) estarão presentes no
plenário Juscelino Kubitschek para demonstrar contrariedade ao projeto.
A expectativa da base governista é colocar o texto em votação na terça-
feira (5), quando a Alesp deve ter um quórum maior de deputados
presentes. Para ser aprovada a venda é necessário maioria simples de
48 votos entre os 94 deputados.
A oposição ao projeto da Assembleia, formada por PCdoB, PSB, Psol,
PT e Rede, já demonstrou de diversas formas que o projeto é danoso
para a sociedade.
Dezenas de prefeitos e Câmaras Municipais já entenderam os
prejuízos  que passarão a ter com a venda de serviços essenciais. Nesse
sentido, o “ Plebiscito contra a privatização da Sabesp, Metrô e CPTM ”,
demonstrou a necessidade de uma consulta oficial feita junto à
população.
Já a  greve de 28/11, realizada pelos trabalhadores do saneamento sob a
liderança do Sintaema , conseguiu que a tramitação do Projeto de Lei
(PL) 1.501/2023 fosse adiada. Mas agora o governo estadual quer

acelerar a tramitação, pois teme deixar o projeto para ser votado no
próximo ano – “ano eleitoral”.
O inconformismo de diversos setores é com a intransigência com que a
proposta foi tratada, “goela abaixo”, sem ouvir a população.
As mobilizações, inclusive durante as audiências públicas que ocorreram
na  Câmara Municipal  de São Paulo e na  Alesp , pedem que os deputados
e deputadas rejeitem a proposta do governador, mas que, sobretudo, o
povo seja escutado.
Liberação de verbas
Em reportagem do Metrópoles foi indicado que o governados Tarcísio
liberou R$ 73,3 milhões em emendas “extras” para deputados após três
dias da entrega do projeto de privatização da Sabesp. O valor distribuído
corresponde a 64% das emendas voluntárias de 2023.
Ao Portal Vermelho, o presidente do Sintaema, José Faggian, criticou a
postura: “O governador não está medindo esforços para viabilizar o
projeto que viabiliza a venda da Sabesp. Sabemos que houve conversas
com prefeitos, com chantagens e ameaças para concordarem com o
processo de privatização e também lançando mão de recursos e
liberação de verbas. E agora, para viabilizar a aprovação na Alesp, foi
liberado ainda mais recursos dentro dessa lógica”, disse.
Mobilização
Conforme Faggian, as discussões nesta segunda (4) serão
acompanhadas pelos trabalhadores. Na próxima terça-feira (5), quando o
projeto pode entrar para a votação, estão marcadas manifestações na
porta e dentro da Alesp.
“Estamos nos encaminhando para lá. As informações que temos é que a
expectativa de votação ocorra amanhã ou depois. Estamos organizando
um ato na Alesp amanhã, dia 5, às 14 horas, e depois com a mobilização
da diretoria do sindicato, das outras entidades, dos trabalhadores, dos
movimentos sociais, nós vamos acompanhar das galerias do plenário o
processo de discussão. Esperamos que não seja votado, mas sabemos
que a orientação e o esforço do governo é para que seja votado ainda
essa semana”, explicou o presidente do Sintaema.
José Faggian. Foto: Sintaema

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