Manter empregos nas Americanas é prioridade, diz Ministro do Trabalho

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, falou ao Valor Econômico que o
caso das Lojas Americanas deve ser tratado com olhar para a

manutenção dos empregos.

O caso das  Lojas Americanas  foi tema de entrevista do Valor
Econômico com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. A dívida de rede
varejista cresceu no final da última semana. Anunciada em R$ 41,2
bilhões, os administradores judiciais atualizaram o valor para R$ 47,9
bilhões.

Segundo Marinho, o Ministério do Trabalho está em contato com
Ministério Público do Trabalho e espera um diagnóstico mais preciso do
que aconteceu. Para ele, “há um cheiro grande de fraude” e estende a
preocupação para as outras empresas do trio formado por Jorge Paulo
Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, os três maiores
acionistas da companhia.

O trio, antes aclamado como exemplo de gestão pelos capitalistas
nacionais, controla, além das Lojas Americanas, a 3G capital,
administradora da AB Inbev, Kraft Heinz e o Burger King.
Para o ministro, é necessário que seja observado se não houve
cumplicidade para o rombo financeiro com empresas de auditoria, pois a
Price (PwC) havia recomendado as ações da Americanas entre as mais
seguras.
Questionado sobre o que o ministério pode fazer de concreto sobre o
caso, Marinho afirmou que não é desejo de ninguém a falência de uma
empresa desse porte, sendo necessário todo o cuidado para não
fragilizar ainda mais a companhia e piorar a situação. A possibilidade
observada é a continuidade da recuperação judicial.
Mas, conforme coloca o ministro, a situação deve ser olhada pelo todo de
investimentos do trio (Lemann, Telles e Sicupira), sendo que a
Americanas é apenas uma das frentes de atuação entre os sócios.
Caso a empresa apresente consistência para ser salva, será formado um
grupo de trabalho para permitir que os empregos sejam mantidos, disse
Marinho.

Na entrevista, o ministro ainda apontou que enxerga para o ano
oportunidades de retomada, com geração de empregos a partir da volta
das obras de em todo o país que Lula pretende fazer em todo o país.
Também pontuou que uma das prioridades do governo, ainda neste
primeiro semestre, é definir uma legislação que atenda e proteja os
trabalhadores de aplicativo e a continuidade das discussões sobre a
ampliação do salário-mínimo, assim como atualizações sobre legislação
trabalhista e sindical.

Quanto a uma possível resistência das empresas de aplicativo quanto à
regulação sobre os trabalhadores, Marinho indicou que as companhias
estão dispostas a conversar. Além disso, acredita que seja possível criar
alternativas aos apps já consagrados, como forma de proteger e
remunerar melhor os trabalhadores – no mesmo sentido em que o
cooperativismo atua.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *