Taxa de desemprego global permanece em 5% em 2024, diz OIT
Jovens de países pobres sofrem mais para conseguir um emprego
O índice global de desemprego permaneceu em 5% em 2024, o mesmo patamar
de 2023. O dado consta do relatório Perspectivas Sociais e de Emprego no
Mundo: Tendências 2025 (World Employment and Social Outlook: Trends 2025),
lançado nesta quinta-feira (16) pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Entre os fatores que colaboram para a dificuldade da recuperação do mercado de
trabalho estão as tensões geopolíticas e o aumento dos custos das mudanças
climáticas.
De acordo com a instituição, a economia mundial está em expansão em ritmo
moderado, porém a previsão é de perda do dinamismo, impedindo uma
recuperação forte e duradoura do mercado de trabalho.
"O crescimento econômico ficou em 3,2% em 2024, abaixo dos 3,3% e 3,6% em
2023 e 2022, respetivamente. Espera-se uma expansão semelhante em 2025 e
depois uma desaceleração gradual no médio prazo", aponta.
Trabalho informal
O relatório pontua que o trabalho informal e a quantidade de trabalhadoras e
trabalhadores pobres voltaram aos níveis do período pré-pandemia.
Os países de baixa renda, segundo a entidade, se defrontaram com mais desafios
para a geração de postos de trabalho. Nessas localidades, a parcela de homens
jovens nem-nem, ou seja, que nem estudam, nem trabalham aumentou quase
quatro pontos percentuais acima da média atingida nos anos que antecederam a
pandemia.
No ano passado, entre o total de pessoas sem emprego formal, sem frequentar a
escola ou fazendo capacitações, os homens jovens chegaram a 85,8 milhões
(13,1%) e as mulheres jovens, 173,3 milhões (28,2%). De 2023 para 2024,
houve um acréscimo de 1 milhão e 1,8 milhão, respectivamente.
"Os jovens, especialmente, continuam a enfrentar taxas de desemprego muito
mais elevadas – cerca de 12,6% – com poucos sinais de melhorias", diz o
relatório.
Déficit global de empregos
Ao todo, o déficit mundial de empregos – o número estimado de pessoas que
querem trabalhar, mas não conseguem conquistar um emprego – atingiu 402
milhões no ano passado. Esse número é composto por 186 milhões de
desempregados, 137 milhões que são principalmente de pessoas desencorajadas
e 79 milhões que gostariam de trabalhar, mas têm obrigações, exercer funções
de cuidado de outras pessoas, que as impedem de ter acesso ao emprego.
Fonte: Brasil de Fato