Apagão da Enel chega ao quinto dia para 200 mil imóveis na Grande São Paulo

Prestes a completar 96 horas sem energia, milhares de imóveis seguem
sem luz. Escolas não abrem e unidades de saúde atendem de forma

limitada.

A empresa privatizada Enel, responsável pela distribuição de energia
elétrica para 24 municípios da região metropolitana de São Paulo,
incluindo a capital, informou nesta terça-feira (7) que cerca 200 mil
imóveis continuam sem energia. A previsão dada pela empresa é de que
todos estes imóveis devem ter a energia restabelecida até hoje.
Segundo informam, 90% dos clientes afetados pelo vendaval de sexta-
feira (3) já tiveram a energia reestabelecida. No entanto, a incapacidade
da empresa em reestabelecer os seus serviços afetou grande parte da
população durante os últimos 5 dias.
Diversos bairros estão prestes a completar 96 horas sem energia. A falta
de luz tem afetado o dia a dia de muitas famílias que perderam
alimentos, ficaram sem energia para carregar equipamentos eletrônicos
fundamentais nos dias atuais, impossibilitando estudo e trabalho, ou seja,
tiveram que modificar toda a sua rotina.
Isto sem contar empresas e comércios que não puderam abrir as portas
sem energia, com um prejuízo maior para quem trabalha com alimentos
perecíveis.
Diversos pequenos comércios espalhados pela capital perderam seus
estoques com a falta de energia, pois não tiveram como bancar
geradores para manter os alimentos refrigerados.
Além disso, há informações, como noticiado pelo g1, de que escolas
como a Escola Estadual Alcides Boscolo, na zona leste da capital, não
abriram as portas pela falta de luz, e unidades de saúde, como a
UBS/AMA do Jardim Santo André, em São Mateus, está com o
atendimento comprometido. Cerca de 30 unidades de saúde ainda têm
falta de luz, conforme aponta a Secretaria Municipal da Saúde.

Governo federal cobra a Enel
O secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, a pedido do
ministro da Justiça Flávio Dino, disse em suas redes sociais que a Enel
será notificada a prestar informações sobre a falta de serviço. O prazo
será de 24 horas para explicar a falta de resposta aos consumidores
pelos canais de atendimento como também pela demora para a solução
dos problemas.
A Enel ainda será cobrada para apresentar um plano de contingência
para enfrentamento de eventos climáticos extremos como forma de que a
situação não volte a se repetir.
‘Apagão’
O verdadeiro ‘apagão’ que acomete São Paulo se refletiu em
declarações infelizes do presidente da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, e
do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
O ‘apagão de ideias’ veio com Cotugno, que disse para a Folha de São
Paulo que a Enel está fazendo um “trabalho incrível” no
reestabelecimento da energia, ao comparar o evento de sexta-feira a um
furacão no Texas (EUA): “Quando chega um furacão no Texas, o
problema não é a empresa elétrica, é o furacão. Aqui estamos
acostumados com eventos menores, mas se olharmos de forma racional
e não emocional, a gente está fazendo um trabalho incrível por um
fenômeno pelo qual não tivemos controle”.
Já o prefeito achou o momento oportuno para falar em cobrança de “taxa
de melhoria” para realizar o enterramento de fios, como forma de evitar
situações similares.
A fala foi vista como uma afronta em um momento em que diversas
pessoas estão sem energia e a prefeitura e o governo do estado não
conseguem oferecer uma solução junto à Enel para melhorar a situação.
O prefeito recorreu a Folha, posteriormente, para dizer que foi mal
interpretado.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) deverá abrir nesta semana
uma investigação para averiguar se a empresa Enel agiu corretamente
no reestabelecimento de energia para os 2,1 milhão de consumidores
que foram afetados.
Fonte: Vermelho

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