Bolsonaro pressiona para segurar preços dos combustíveis até o 2º turno

O uso eleitoreiro da Petrobras já vem sendo feito pelo candidato. Ele propaga
insistentemente que o Brasil tem a “gasolina mais barata do mundo”, o que é

falso

Bolsonaro pressiona a Petrobras para evitar reajustes nos preços dos
combustíveis antes do dia 30, quando acontece o segundo turno eleitoral. Por
conta do anúncio, feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo
(Opep+), do corte diário na produção de 2 milhões de barris de petróleo, a partir
de novembro, houve alta dos preços no mercado mundial.
O preço internacional do barril, que estava oscilando dias atrás em US$ 87,
chegou nessa semana a superar US$ 90. Especialistas no setor não descartam
que nos próximos dias o barril custe US$ 100.
Para evitar que isso reflita no país, o presidente planeja até trocar diretores da
estatal que atuam diretamente nos preços dos combustíveis como Finanças e
Comercialização e Logística. O assunto está sendo tratado na diretoria pelo
presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade.
Essa movimentação do governo, revelada a pelo portal G1, tem como principal
objetivo evitar que os reajustes sejam repassados para o mercado nacional, uma
vez que a Petrobras pratica a política de paridade internacional de preços.
O uso eleitoreiro da Petrobras já vem sendo feito pelo candidato. Ele propaga
insistentemente que o Brasil tem a “gasolina mais barata do mundo”, o que é
falso.
Segundo a plataforma Global Petrol Prices, o Brasil aparece na 36ª posição no
ranking dos menores preços. A gasolina mais barata está na Venezuela (US$ 0,02
por litro), Líbia (US$ 0,03) e Irã (US$ 0,05).

FUP
Em reunião na última terça-feira (4) com Lula, a Federação Única dos Petroleiros
(FUP) lembrou ao candidato que a gestão bolsonarista da estatal vinha
anunciando a cada semana reduções pontuais nos preços dos combustíveis. Tudo
feito sem alterar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI).
Além disso, às vésperas das eleições, a gestão bolsonarista vem promovendo
uma dança das cadeiras no alto escalão da empresa. “Chamamos a atenção para
a ocupação de cargos estratégicos, de forma escusa, em diretorias com
orçamentos relevantes, o que é altamente preocupante, diante da possibilidade
de fraudes e corrupção para financiamento de campanhas eleitorais”, denunciou o
coordenador da FUP, Deyvid Bacelar.

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