Brasil tem mais de 203 milhões de pessoas e segue como 7º maior do mundo

Após série de entraves para realizar o Censo, IBGE iniciou, nesta quarta
(28), a divulgação dos dados. País cresceu em média 0,52% por ano,
menor índice registrado desde 1872.

O Brasil tem 203.062.512 pessoas, população que aumentou em 12,3
milhões desde 2010. Tal diferença, de 6,5%, significa que o número de
brasileiros cresceu em média 0,52% por ano, menor índice registrado
desde 1872, quando foi feita a primeira contagem no Brasil. Este e outros
dados foram revelados pelos primeiros resultados do Censo 2022,
divulgados nesta quarta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Mesmo com o recuo no crescimento, o país segue sendo o sétimo maior
do mundo em número de pessoas. Os seis primeiros são, pela ordem,
Índia, China, Estados Unidos, Indonésia, Paquistão e Nigéria.
Segundo o levantamento, a região Sudeste segue sendo a mais
populosa, com 84,8 milhões de habitantes, o que equivale a 41,8% da
população. Na sequência estão o Nordeste (26,9%), Sul (14,7%) e o
Norte (8,5%). A região menos populosa é a Centro-Oeste, com 16,3
milhões de habitantes ou 8,02% da população do país — no entanto, foi
a região que teve maior crescimento, uma taxa média de 1,2% ao ano
em 12 anos.

Os menores crescimentos populacionais ficaram com o Nordeste e
o Sudeste. A taxa é menor que a média do Brasil, de 0,52% ao ano. São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro são os mais populosos, com 39,9%
da população, sendo que o estado paulista concentra um quinto da
população — 44.420.459. Em seguida vêm os estados da Bahia, Paraná
e Rio Grande do Sul. Já os menos populosos são Roraima, Amapá e
Acre.
Outro dado trazido pelo Censo diz respeito ao aumento de 34% no
número de domicílios do país ante o Censo 2010, totalizando 90,7
milhões.
Já a densidade demográfica, na última pesquisa censitária, foi estimada
em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado (km²). De acordo com o
IBGE, esse número continua desigual entre as regiões. “No Norte, que
tem área de 3 850 593 km², ou 45,2% do território do país, a densidade é
de 4,5 habitantes/km². Já na região mais populosa, o Sudeste, a média é
de 91,8 habitantes por quilômetro quadrado”, relatou o órgão.
Entraves para o Censo 2022
“Esse Censo, tenho certeza, foi um divisor de águas para o IBGE. É o
IBGE antes e depois do Censo 2022. O IBGE se reinventou para fazer a

pesquisa. A despeito de todos os problemas, estamos entregando
à sociedade um produto incrível e temos muito orgulho disso”, afirmou o
presidente interino e diretor de pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo.
Apesar das dificuldades, Azeredo destacou que “nunca a gente entregou
um resultado definitivo tão rápido como agora”.
De fato, a realização do Censo foi uma epopeia. Marcado inicialmente
para ser feito em 2020, uma vez que por lei deve ser realizado a cada
dez anos e o anterior foi em 2010, o levantamento teve de ser adiado.
Primeiramente, por conta da pandemia. Depois, pelo descaso do governo
de Jair Bolsonaro — um corte drástico nos recursos impossibilitou
colocar a pesquisa na rua.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a União
adotasse as medidas administrativas e legislativas necessárias para a
realização do censo.
O Ministério da Economia, então, autorizou R$ 2,3 bilhões para o Censo,
mesmo orçamento de 2019 que desconsiderava a inflação acumulada
em dois anos. A coleta de dados foi iniciada em 1º de agosto e o Censo
estava inicialmente estava previsto para encerrar-se em outubro do ano
passado.
Com dificuldades para a contratação, o pagamento e a manutenção de
recenseadores, o fim do censo foi primeiramente adiado para fevereiro
deste ano. Com falta de verba e alta proporção de não recenseados, o
governo Lula decidiu fazer uma suplementação orçamentária de R$ 259
milhões ao IBGE.
O Ministério do Planejamento também decidiu seguir a recomendação do
Conselho Consultivo do IBGE e estender a coleta de dados até o fim de
maio. Em abril, uma série de remanejamentos internos no órgão evitou
um novo pedido de verbas pelo IBGE.
Também foram feitas campanhas e mutirões para que fosse possível
acessar brasileiros que não responderam a pesquisa, seja por receios
alimentados por fakenews, seja por dificuldades de acesso a territórios —
como os indígenas —, bairros, comunidades e condomínios de
luxo.  Desde 29 de maio , o IBGE está rodando os dados, cuja
apresentação teve início nesta quarta-feira (28).

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