Centrais vão protestar na porta da Fiesp contra dirigente ‘que apoia desmonte na indústria’

Dirigentes criticam alinhamento do presidente da entidade ao governo, que

também foi criticado no meio empresarial

São Paulo –Na primeira reunião de 2020, representantes das centrais sindicais
definiram um calendário de atividades que começa na próxima segunda-feira (3),
com protesto diante da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
(Fiesp), na Avenida Paulista. As entidades também decidiram realizar novamente
um ato unificado de 1º de Maio, a exemplo do que ocorreu no ano passado.
Recentemente, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, publicou artigo em que explicita
seu alinhamento a Jair Bolsonaro, cujo governo estaria fazendo as “reformas ”
necessárias ao país, segundo ele. O texto provocou reações contrárias inclusive
no meio empresarial. Dias depois, Horácio Lafer Piva – ex-presidente da própria
Fiesp –, Pedro Passos e Pedro Wongtschowski escreveram artigos em que, sem
citar nomes, criticam a partidarização da federação. E questionam: “O que fazem
os presidentes de sindicatos e os bons nomes que ocupam conselhos da entidade,
a com seu silêncio compactuar com o uso político, partidário mesmo, escolhas
duvidosas, culto a personalidades?”.
Um articulista do jornal Folha de S. Paulo, o servidor federal e sociólogo Celso
Rocha de Barros escreveu outro artigo, publicado no dia 6, com o título A Fiesp é
fascista?. Logo no início, afirma que o fato de Skaf trabalhar na organização do
partido de Bolsonaro no estado “é uma vergonha para a indústria brasileira e para
São Paulo”.
Desmonte
Entre os dirigentes das centrais, o posicionamento do executivo, que está no
comando da Fiesp desde 2004, também foi mal recebido. “Do jeito que que o
Skaf escreveu, ele está apoiando o desmonte na indústria. É uma afronta, é
diminuir a geração de empregos de qualidade em nosso país”, afirma o
secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, que participou da
reunião desta segunda-feira (27), na sede do Dieese, em São Paulo, que teve
ainda representantes de CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Intersindical (as
duas que levam esse nome) e da UGT. A Nova Central não participou do
encontro, mas acompanha as resoluções.
O calendário aprovado hoje inclui atos em agências do INSS, em 14 de fevereiro,
em defesa da Previdência Social. Em março, haverá atividades nos dias 8 (Dia
Internacional da Mulher) e 18 (mobilização em defesa do serviço público e das
empresas estatais). Estão previstas ainda manifestações no Congresso.
Para Juruna, uma das questões centrais deste ano será em torno da qualidade do
emprego. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),
divulgados na semana passada, mostram algum crescimento do emprego formal
em 2019, mas a maioria das vagas é de baixa remuneração. E uma parcela é de
postos de trabalho intermitentes.

Fonte: Rede Brasil Atual

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