Com Lula, Brasil alcança menor nível de pobreza da série histórica
De 2022 a 2023, 8,7 milhões de pessoas deixaram a pobreza e 3,1
milhões, a extrema pobreza. Entre as principais razões estão o aumento
do emprego e os avanços em programas sociais.
O Brasil alcançou mais um indicador positivo, resultante das escolhas
feitas pelo governo Lula. O percentual da população abaixo da linha da
pobreza caiu de 31,6% para 27,4%. Isso significa que em um ano, 8,7
milhões de pessoas saíram da pobreza no país, passando de 67,7
milhões para 59 milhões. A situação é a melhor obtida desde o início da
série histórica, em 2012.
No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza
recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela
primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5%. Assim, de 2022 a
2023, cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza,
recuando de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde
2012.
Os dados fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada
nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou o
avanço obtido. “Tirar o Brasil do Mapa da Fome e criar uma sociedade de
classe média, onde todos vivam com mais dignidade. É isso que me dá
alegria de ver. Para isso fomos eleitos e estamos trabalhando”.
Segundo Bruno Mandelli Perez, pesquisador do IBGE, “tanto o mercado
de trabalho quanto benefícios de programas sociais são importantes para
explicar a redução na pobreza, mas o mercado de trabalho é mais
importante no caso da pobreza; e os benefícios de programas sociais, na
extrema pobreza”.
O documento aponta que “o aumento dos valores médios dos benefícios
concedidos pelo Bolsa Família, em 2023, quando comparado com o
Auxílio Brasil 2022, certamente teve impactos sobre a manutenção da
trajetória de redução da pobreza e da extrema pobreza em 2023”.
Além disso, explica que caso os programas sociais implementados pelo
governo federal não existissem, a proporção de pessoas na extrema
pobreza em 2023 teria subido de 4,4% para 11,2%. Já a proporção da
população na pobreza teria subido de 27,4% para 32,4%.
A redução da pobreza é parte da luta pela redução das desigualdades no
país com algumas das maiores disparidades do mundo. Em 2023, a
renda total apropriada pelos 10% com os maiores rendimentos no Brasil
foi 3,6 vezes maior do que a renda dos 40% com os menores
rendimentos.
Para a avaliação contida no SIS, foram considerados os indicadores
adotados pelo Banco Mundial, que considera abaixo da linha de pobreza
o rendimento domiciliar per capita deUS$ 6,85 PPC (Poder de Paridade
de Compra) por dia ou R$ 665 por mês. Em extrema pobreza, está o
rendimento domiciliar per capita de US$ 2,15 PPC por dia ou R$ 209 por
mês.
Nessa análise, o IBGE levou em conta, ainda, as linhas do Banco
Mundial segundo o Poder de Paridade de Compra (PPC), que monitoram
o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 1 (ODS nº 1: Erradicação da
Pobreza).
Recortes por gênero, raça e idade
Nesse universo de iniquidades ainda gritantes, o IBGE constata com
dados o que a realidade concreta deixa explícito: mulheres, negros
(pretos e pardos) e jovens são as principais vítimas da pobreza e da
extrema pobreza.
As brasileiras em situação de pobreza correspondem a 28,4% e em
extrema pobreza, a 4,5%. Já os homens são 26,3% no primeiro quadro e
4,3% no segundo.
Os brancos são 17,7% dos pobres, praticamente a metade do que
representam os pardos, 35,5%, e bem abaixo dos pretos, que somam
30,8% do total. No que tange à extrema pobreza, os brancos são apenas
2,6%; já os pardos e pretos são, respectivamente, 6% e 4,7%.
E, no caso dos jovens, a média dos que vivem abaixo da linha da
pobreza é maior do que a nacional (27,4%). Entre os que têm até 15
anos, são 44,8%. Entre 15 e 29 anos, 29,9%.
Trabalho e rendimento
O estudo traz, ainda, dados relativos ao trabalho e à renda. E também
neste aspecto, o quadro em 2023 foi o melhor alcançado desde 2012: o
total de pessoas ocupadas foi de 100,7 milhões, maior contigente dos
últimos 12 anos, com aumento de 3,7 milhões de pessoas (ou mais
3,8%) frente a 2022.
Segundo o IBGE, esse aumento ocorreu entre os trabalhadores com
vínculo (mais 2 milhões) e também entre os sem vínculo (mais 1,7
milhão).
Em 2023, o nível de ocupação para o total da população foi de 57,6%.
Para os homens, esse indicador alcançou 67,9%, contra 47,9% para as
mulheres, uma diferença de 20 pontos percentuais que, salvo pequenas
oscilações, foi praticamente a mesma desde 2012.
De 2022 para 2023, a proporção de pessoas com ocupações informais
no total de trabalhadores do país variou de 40,9% para 40,7%, o que é
considerado estatisticamente estável. Essa taxa de informalidade chegou
a 45,8% das pessoas ocupadas de cor ou raça preta ou parda, enquanto
era de 34,3% entre as pessoas ocupadas brancas. “Esses resultados
refletem desigualdades historicamente constituídas”, lembra o
documento.
Também nesse quesito, mulheres e negros estão em pior situação. O
rendimento-hora dos trabalhadores brancos (R$ 23,02) era 67,7% maior
do que o dos trabalhadores pretos ou pardos (R$13,73). Com relação à
questão de gênero, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens
(R$18,81) superou o das mulheres (R$16,7) em 12,6%.
Com informações do IBGE e Agência Brasil

