Debate sobre salário mínimo transcende à eleição

O salário mínimo é a espinha de peixe na garganta da elite brasileira. Nesta
eleição, o velho incômodo voltou à tona com a inconfidência de Paulo Guedes
(homem-forte de Bolsonaro) de que pretende desindexar o reajuste pela inflação,
o que impactaria também milhões de aposentados, pensionistas, beneficiários da
Previdência, rurais, informais e intermitentes.
A direita apoia a medida. Já aposentados, trabalhadores da ativa e entidades
sindicais repudiam a agressão neoliberal. Ainda na sexta (28), essas entidades
fizeram passeata pelo Centro de São Paulo, com cartazes, faixas e palavras de
ordem contra o governo.
Dieese – Os manifestantes distribuíram panfleto da Força Sindical, baseado em
dados do Dieese. Os números são impactantes, no comparativo entre os dois
métodos. Pelo método Guedes, ou seja, inflação futura medida pelo IPCA, o
salário mínimo estaria hoje em R$ 502,00, ou seja, menos da metade do valor
atual – considerando-se a sistemática posta em prática desde 2002.
Alimentar – O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, critica o atual valor do
mínimo, que não recebeu um só centavo de aumento no governo Bolsonaro. “Não
dá pra comprar a cesta básica, atualmente. Por isso, precisa haver aumento real”,
argumenta.
Pelos cálculos da advogada Tonia Galetti, do Sindicato Nacional dos Aposentados
(Sindnapi), “a soma de todos os brasileiros, ativos ou inativos, da cidade e do
campo, formais, informais ou intermitentes, supera 100 milhões de pessoas”. Ela
reafirma que o salário mínimo tem caráter alimentar. “Aumento real no mínimo
quer dizer comida na mesa”, diz.
Day after – Portanto, o futuro presidente da República terá que tratar do salário
mínimo como política central de seu governo.

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