Direita dá como certa prisão de Bolsonaro e calcula prejuízos para 2024

Pesquisa Quaest revelou que, entre brasileiros que votaram em
Bolsonaro no segundo turno da eleição 2022, 25% aprovam o governo Lula

A direita queria usar as eleições municipais de 2024 para “ganhar
terreno” e se fortalecer até a próxima disputa à Presidência da República,
em 2026. Só o PL, partido de Jair Bolsonaro, sonhava em saltar de 300
para 1300 prefeituras. Esse cenário, avaliavam, só seria viável se o ex-
presidente entrasse de corpo e alma na campanha, apoiando
candidaturas nas regiões que lhe deram vitória nas eleições 2022.
Os planos começaram a ruir no final de junho, quando, por maioria de
votos, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) declarou Bolsonaro inelegível
por oito anos, devido a abuso de poder político. Porém, era só o começo
do calvário bolsonarista.
O cerco judicial contra o ex-presidente , em frentes como as tentativas de
golpe de Estado e o caso das joias sauditas, fez aliados ligarem o alerta.
Dentro do PL, em especial,  a prisão de Bolsonaro já é dada como certa  –
o que desmancha os intentos megalomaníacos da legenda. Os prejuízos
políticos e eleitorais são evidentes.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tenta manter o ânimo da
tropa. Conforme a jornalista Bela Megale, colunista do O Globo,
Valdemar “acredita que, mesmo sendo confrontado com novas provas de
crimes no caso das joias – inclusive sobre a compra e venda de
presentes destinados à União –, Bolsonaro mantém um grupo fiel de
eleitores que será decisivo em 2024”.
Qual é, no entanto, o tamanho aproximando desse eleitorado 100%
bolsonarista?  Pesquisa Quaest divulgada no último dia 16 de
agosto  revelou que, entre brasileiros que votaram em Bolsonaro no
segundo turno da eleição 2022, 25% aprovam o governo Lula – o índice
era de 14% em abril.
O avanço lulista sobre o eleitorado de Bolsonaro – ainda antes da
iminente prisão – obriga a direita a pensar em alternativas. “Entre os
mandachuvas do PL,  existe a dúvida se esse capital político (de
Bolsonaro) seguirá , caso o ex-presidente seja preso e saia de
circulação”, registra Bela Megale. “Um plano que é tido como consenso,
por hora, é escalar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para ocupar o
espaço que o marido pode deixar e vitimizá-lo em seu discurso.”
Dado adicional da pesquisa Quaest aponta que, para 41% dos eleitores,
Bolsonaro deveria ser preso devido ao escândalo das joias sauditas.
Outros 43% creem que não é caso para prisão. Mais do que revelarem
apoio ou rejeição ao ex-presidente, os números mostram que há uma
crescente percepção de que Bolsonaro está envolvido em crimes graves.
Como no poema, a direita já está “catando os cacos do caos”.
Fonte: Vermelho

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