Dirigentes avaliam queda na popularidade de Jair Bolsonaro

Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada segunda (2), revela que a popularidade
de Jair Bolsonaro continua em queda, e em ritmo acelerado. A reprovação ao
governo saltou de 33%, em julho, para 38%, agora.
Antonio Neto, presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros -, não se
surpreende com os resultados. “Já prevíamos. E vai aprofundar. É só lembrarmos
o que aconteceu na Argentina. No início, o governo Macri era incensado pela sua
política neoliberal, desregulamentação das entidades sindicais, da Previdência,
que lá foi mais profunda. O resultado os argentinos estão vendo agora.
Caminhamos para o mesmo destino”, comenta.
A pior avaliação de Bolsonaro aparece entre os mais pobres (22%), os mais
jovens (24%) e os menos escolarizados (26%). Mesmo a parcela daqueles que
ainda apoiam Bolsonaro vem caindo. Ele é defendido por 29% dos pesquisados,
em julho apoio era de 33%.
Calixto – José Calixto Ramos, presidente da CNTI e da Nova Central Sindical, que
já negociou com vários governos, avalia como natural o desmoronamento da
imagem de Bolsonaro entre os trabalhadores. Explica: “O atual presidente nunca
falou sobre a classe trabalhadora na sua campanha. E continuou assim depois de
assumir o governo. Pensávamos que iria mudar. Que ele fosse tomar consciência
e olhar para os 8,5 milhões de quilômetros do Pais, para os seus 210 milhões de
habitantes. Para os mais pobres. Mas o que temos visto são ataques sistemáticos
à organização sindical e a extinção de conselhos que tinham a participação de
movimentos sociais e trabalhadores”.
Calejado nos embates com patrões e governo, Calixto diz: “Hoje não chegamos a
estar em desespero por que já passamos por muitos momentos difíceis e
conseguimos sobreviver. Mas vemos um quadro muito preocupante. Por mais que
queiramos fazer uma avaliação positiva do governo não conseguimos. A tendência
é que essa deterioração de Bolsonaro deva continuar “.
Queda – Sérgio Luiz Leite (Serginho), presidente da Fequimfar – Federação dos
Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Plásticas do Estado de
São Paulo – e diretor da Força Sindical – também comenta os resultados da
pesquisa. Para Serginho, a queda é fruto do que a população, especialmente os
trabalhadores, está sentindo. "As pessoas estão frustradas. Até mesmo as que
votaram no Bolsonaro em busca de uma esperança. Não houve queda no
desemprego. A economia não anda. Falta confiança e isso vai continuar crescendo
por que a cada dia é uma besteira. Ele está desconectado da população mais
pobre”.
Mais informações – www.fsindical.org.br, www.fequimfar.com.br,
www.ncst.org.br ou www.csb.org.br

Fonte: Agência Sindical

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *