Eduardo Bolsonaro é repudiado por Centrais Sindicais por defender AI5

As centrais sindicais criticaram, em nota divulgada nesta quinta-feira (31), as
novas declarações do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente,
que acenou com “um novo A1-5” contra as esquerdas e o povo.
A nota assinada por todos as centrais sindicais chama de "covarde e
irresponsável" a fala do deputado Bolsonaro, que defendeu a volta do AI5 –
instrumento de repressão política usado pela ditadura militar – caso os
movimentos sociais sigam o exemplo do povo chileno e realizem manifestações
para contestar medidas do governo. Os sindicalistas lembram que os
trabalhadores foram vítimas do regime militar e defendem que o Conselho de
Ética da Câmara dos Deputados apure e puna a conduta do deputado de extrema-
direita.
Leia abaixo a íntegra da nota:
O movimento sindical brasileiro repudia as declarações ameaçadoras do líder do
governo na Câmara Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em que advoga um
novo AI-5 para reprimir as forças do campo democrático, popular e as lutas
sociais.
A fala covarde e irresponsável do filho do Presidente da República é mais uma
“cortina de fumaça” utilizada pra tentar abafar as relações nada republicanas da
família Bolsonaro com as milícias.
Convém lembrar que o Ato Institucional número 5 foi instituído no final de 1968
pelo general Artur da Costa e Silva com o propósito de perseguir e calar as
organizações e personalidades que faziam oposição ao regime militar.
O mais duro ato imposto pela ditadura abriu caminho para o fechamento do
Congresso Nacional, suspensão de quaisquer garantias constitucionais, cassação
de mandatos, intervenção nos sindicatos, prisões , assassinatos e tortura de
opositores.
O regime instituído em 1964 pelos militares, através de um golpe apoiado pelos
EUA e o empresariado, foi derrotado pelo povo brasileiro em 1985 na sequência
da maior campanha política registrada na história brasileira. A conquista da
democracia no Brasil demandou o sacrifício de inúmeros brasileiros e brasileiras.
A classe trabalhadora e seus representantes foram as principais vítimas do regime
militar e não medirão esforços para defender as liberdades democráticas contra
os arroubos reacionários do deputado da extrema direita e outros membros do
Clã Bolsonaro.
As centrais sindicais apoiam a abertura de processo no Conselho de Ética da
Câmara Federal para apurar a conduta inconstitucional do deputado Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP) e aplicar as punições cabíveis.
Sérgio Nobre – Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres – Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah – Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo – Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil)
Antonio Neto – Presidente da CSB (Central dos Sindicatos do Brasil)
José Calixto – Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)

Edson Carneiro Índio – Secretário Geral da Intersindical
Atenágoras Lopes – presidente da CSP-CONLUTAS
Emanuel Melato – coordenador da Intersindical Instrumento de Luta
Da redação

Fonte: Portal Vermelho

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