Em reunião com Moraes, centrais sindicais pedem segurança e propõem suspensão de clubes de tiro

Ataques e assassinatos motivados por divergência política preocupam entidades

do campo democrático

Representantes de seis centrais sindicais se reuniram no final da tarde desta
terça-feira (27), em Brasília (DF), com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), Alexandre de Moraes, para apresentar um conjunto de demandas
relacionadas à segurança nas eleições. A agenda foi motivada pela preocupação
com a escalada da violência política no país, que tem assistido a uma
multiplicação de casos do tipo.
"Foi importante a conversa com o ministro porque nós saímos tranquilos de que
todas as questões de segurança foram tomadas. Então, as eleições de domingo
são pra ser uma grande festa da democracia, e é o momento mesmo. As eleições
servem pra isso, pra que as pessoas possam expressar livremente as suas
posições políticas, vestir a camisa do seu candidato, debater", disse o presidente
da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre.
Além da CUT, estiveram presentes líderes da Força Sindical, da União Geral dos
Trabalhadores (UGT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB), da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e da Central dos
Sindicatos Brasileiros (CSB), que entregaram ao presidente da Corte uma carta
de duas páginas com demandas definidas de forma conjunta pelas entidades.
As organizações propuseram, por exemplo, que clubes de tiro sejam
temporariamente suspensos três dias antes e três dias depois das eleições. "Nós
estamos propondo que sejam suspensos e ele falou que isso está em discussão e
que vai ser decidido nas próximas horas", disse Nobre.
Segundo as lideranças, Moraes garantiu que está sendo articulado um grande
esquema para reforçar a segurança nas eleições. "Ele demonstrou os caminhos
que estão sendo feitos, inclusive com os secretários de Segurança de cada estado
e também com a Polícia Militar de cada estado. O setor de inteligência está
integrado, tanto os das secretarias de segurança pública como os das polícias
estaduais", afirmou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
As centrais mencionaram ainda preocupação com a especulação de que muitos
bolsonaristas teriam se inscrito como mesários para trabalhar no domingo de
eleição e tumultuar o processo. O boato correu nos bastidores do mundo político
nos últimos dias.
"O presidente disse que não acredita nessa tese. Pelo contrário, ele acha que,
pelo perfil dos mesários, que são jovens e muitas mulheres, não tem tanto o
perfil bolsonarista. Nós questionamos isso e falamos também de uma questão de
que algumas empresas estariam exigindo que [trabalhadores] fotografassem o
seu voto. Esse voto não pode ser vendido, não pode ser regido pelas empresas. O
voto é o voto do coração, da mente do eleitor", disse o presidente da UGT,
Ricardo Patah.
Patah disse que o movimento de empresas que estariam exigindo imagens do
voto dos funcionários já teria sido "estancado". "Não vai ocorrer. Eu tenho
certeza. Nós todos das centrais estamos irmanados na confiança do que nos foi
passado pelo presidente do TSE: [teremos] eleições limpas, transparentes e
eleições que vão dar ao povo brasileiro com certeza absoluta tranquilidade."

Segundo ele, foi enfatizado no encontro que as eleições "serão muito tranquilas,
idênticas às anteriores". "Com um diferencial, porque estamos no mundo da
internet, das redes sociais, e muitas vezes essas redes não colocam a realidade
do que será esse movimento, que será um movimento cívico e muito bonito no
nosso país", finalizou o dirigente.

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