Gonçalves Dias pede demissão do Gabinete de Segurança Institucional

Imagens divulgadas mostram general no Palácio do Planalto durante
atos criminosos de 8 de janeiro. O secretário-executivo do Ministério da
Justiça, Ricardo Capelli, será o chefe interino do Gabinete de Segurança

Institucional

indicando saída de emergência para invasores do Palácio do Planalto. Imagem
de reprodução
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general
Gonçalves Dias, pediu demissão nesta quarta-feira (19), após imagens
reveladas pela CNN que revelam que o militar estava no Palácio do
Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes. O
general se torna o primeiro ministro do governo de Lula a deixar o cargo,
após cem dias de governo.
Ele se reuniu nesta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. Durante os primeiros mandatos de Lula, entre 2003 e 2009, Dias
foi secretário de Segurança da Presidência da República. Ele também foi
assessor e chefe do Gabinete de Segurança Institucional no governo
de Dilma Rousseff, entre novembro de 2013 e setembro de 2014.
Também esteve na campanha presidencial de Lula.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, será o
chefe interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
“O presidente decidiu juntamente com o afastamento do general G Dias
que haverá também o afastamento do secretário executivo do GSI e será
nomeado interinamente como secretário executivo do GSI, respondendo
interinamente pelo GSI o senhor Ricardo Capelli.Portanto, tão logo seja
publicado o diário oficial, o Ricardo vai ficar respondendo pelo GSI”,
afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta.
“O presidente entendeu que era importante que esse espaço fosse
ocupado imediatamente. Capelli fez um trabalho muito importante como
interventor aqui na segurança pública do Distrito Federal e, portanto, ele
foi convidado e já aceitou o convite. Ele responderá interinamente pelo
GSI”, afirmou o ministro.
A instalação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no
Congresso para investigar os atos criminosos de 8 de janeiro é
considerada inevitável pela base do governo. As imagens mostram a
omissão do Gabinete de Segurança Institucional, que já vinha sendo
investigado pela Polícia Federal (PF).
Circuito interno
A saída do general ocorre após a divulgação de vídeos do circuito interno
de câmeras do Palácio do Planalto. Eles exibem Dias dentro do Palácio
durante o ataque aos Três Poderes que ocorreu em 8 de janeiro, mais
precisamente às 16h29.

Ele aparece no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do
presidente da República, e depois entra no gabinete. Pouco depois,
aparece caminhando pelo mesmo corredor com invasores. As imagens
sugerem que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos.
Em seguida, outros integrantes do GSI também parecem indicar o
caminho de saída para os invasores .
Também é possível ver um capitão do Exército, ex-integrante do GSI,
circulando entre alguns invasores. Ele também aparece conversando e
cumprimentando-os com aperto de mão. O responsável pela segurança
não reage quando um criminoso pega um extintor de incêndio.
O governo federal publicou uma nota sobre o envolvimento de militares
no 8 de janeiro, mas não menciona a demissão do general Gonçalves
Dias.
Veja a nota na íntegra:
“A violência terrorista que se instalou no dia 8 de janeiro contra os Três
Poderes da República alcançou um governo recém-empossado,
portanto, com muitas equipes ainda remanescentes da gestão anterior,
inclusive no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que foram
afastados nos dias subsequentes ao episódio.
As imagens do dia 8 de janeiro estão em poder da Polícia Federal, que
tem desde então investigado e realizado prisões de acordo com ordens
judiciais.
No dia 17 de fevereiro, a Polícia Federal pediu autorização para
investigar militares e, a partir do dia 27 de fevereiro, com autorização do
Supremo Tribunal Federal (STF), tem realizado tais investigações,
inclusive com a realização de prisões.
Dessa forma, todos os militares envolvidos no dia 8 de janeiro já estão
sendo identificados e investigados no âmbito do referido inquérito. Já
foram ouvidos 81 militares, inclusive do GSI.
O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação
do episódio.
E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de
janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e
apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.
A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade
para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro”.

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