Inflação de março pesou menos para famílias de renda alta, aponta Ipea

Recuo de passagens aéreas ajudou a frear preços.

As famílias com renda mensal alta (acima de R$ 21.059,92) sentiram menos o
peso da inflação, em março, se comparadas com os lares de renda muito baixa
(menor que R$ 2.105,99). Enquanto a inflação oficial do país ficou em 0,16%, o
peso para o bolso das famílias que estão no topo da pirâmide foi de 0,05%. Já
para a base, 0,22%.
A análise faz parte do estudo Indicador de Inflação por Faixa de Renda, divulgado
nesta segunda-feira (15), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento.
O Ipea faz o desdobramento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na passagem de fevereiro para março, a inflação das famílias de renda alta
passou de 0,83% para 0,05. No caso das famílias de renda muito baixa, a
desaceleração no período foi menos expressiva, de 0,78% para 0,22%.
A análise da pesquisadora Maria Lameiras destaca que os preços dos alimentos no
domicílio e dos combustíveis explicam grande parte deste alívio inflacionário em
março. Mas as famílias de renda alta foram mais beneficiadas pela
descompressão do grupo educação, que em fevereiro tinha sido impactado por
reajuste de mensalidades escolares.
Um dos principais motivos para grupos familiares sentirem inflações diferentes é
devido o perfil de consumo desses lares. Os mais pobres, por exemplo, têm o
orçamento mais sensível a mudança nos preços de alimentos.
Já as famílias mais endinheiradas sentem mais alterações no custo de passagens
aéreas, por exemplo. Esse item apresentou recuo de 9,1% em março, o que
levou a uma “descompressão ainda mais significativa para a faixa de renda alta”,
segundo o Ipea.
Doze meses
No acumulado de 12 meses, há uma inversão. As famílias de renda muito baixa
percebem um aumento de 3,25% no custo de vida, abaixo da média nacional,
3,93%. Já os lares com renda alta tiveram inflação de 4,77%.
Nesse período, a maior contribuição de inflação para famílias de menor renda são
os alimentos, que subiram 0,79%. No caso das famílias de renda alta, os maiores
pesos ficaram com os itens transportes (0,97%) e saúde e cuidados pessoais
(0,99%).

Fonte: Agência Brasil

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