Informalidade no mercado de trabalho atinge recorde

Trabalhadores sem carteira assinada totalizaram 11,8 milhões
O mercado de trabalho apresentou aumento dos postos de trabalho, para 93,6
milhões, e redução da taxa de desemprego, para 11,8%, no trimestre encerrado
em agosto deste ano. No entanto, essa melhora dos indicadores tem sido puxada
pelo aumento da informalidade no país.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua
(Pnad-C), divulgada sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), os trabalhadores na informalidade atingiram o recorde de
41,4% do total da população ocupada no país. Esse é o maior nível desde que o
indicador passou a ser medido em 2016.
Dos 684 mil novos postos de trabalho criados no trimestre findo em agosto deste
ano, 87,1% foram postos informais, ou seja, trabalhos sem carteira assinada,
trabalhadores por conta própria (sem CNPJ) e aqueles sem remuneração (ou seja,
que ajudam em negócios da família sem receber salário).
Segundo os dados do IBGE, os trabalhadores sem carteira assinada totalizaram
11,8 milhões de pessoas em agosto e aqueles que trabalham por conta própria
somaram 24,3 milhões de trabalhadores. Esses são os maiores contingentes dos
dois indicadores desde o início da série histórica da Pnad-C, iniciada em 2012.
De acordo com o IBGE, há um movimento de queda do número de trabalhadores
que contribuem para a previdência social desde o início do ano. No trimestre
encerrado em agosto, o percentual de empregados que contribuíram para o INSS
foi de apenas 62,4%.
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores permaneceu em R$ 2.298,
estável em relação a maio deste ano e a agosto do ano passado. A massa de
rendimento real habitual, que é a soma dos rendimentos recebidos por todos os
trabalhadores em um mês, também ficou estável em R$ 209,9 bilhões.
“Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de
rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na
área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de
trabalho de forma virtuosa”, explicou o diretor adjunto de Pesquisa do IBGE,
Cimar Azeredo.
Desalentados
A população subutilizada (ou seja, que está desempregada, que trabalha menos
do que poderia, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar
ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga) ficou em 27,8
milhões de pessoas, ou seja, 2,7% a menos do que maio, mas estável em relação
a agosto de 2018.
A taxa de subutilização da força de trabalho chegou a 24,3%, inferior aos 25% de
maio e estável em relação a agosto do ano passado.
O total de pessoas desalentadas (ou seja, aquelas que desistiram de procurar
emprego) chegou a 4,7 milhões, 3,9% em relação a maio e estável em relação a
agosto.
O percentual de desalentados em relação à população na força de trabalho ou

desalentada (4,2%) caiu em relação a maio (4,4%) e ficou estatisticamente
estável frente a agosto de 2018.

Fonte: Agência Brasil

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