Movimentos populares e centrais sindicais vão às ruas pela redução da taxa de juros no país

Objetivo da ação é conscientizar o povo sobre os impactos dos altos juros na vida
dos trabalhadores, além de pedir a exoneração do presidente do Banco Central,

Roberto Campos Neto

A Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento dos Atingidos por
Barragens (MAB), a União de Moradia Popular (UMM) e as centrais sindicais vão
às ruas nesta sexta-feira (16) exigir a redução da taxa básica de juros (Selic),
que está em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2016. A mobilização,
denominada como “Sextou contra os Altos Juros”, integra uma jornada de lutas
das Brigadas de Agitação e Propaganda e será realizada às 17h, em frente ao
Theatro Municipal, em São Paulo.
Segundo os movimentos populares, o objetivo da ação é conscientizar a
população sobre os impactos diretos dos altos juros na vida dos trabalhadores e
trabalhadoras, além de pedir a exoneração do atual presidente do Banco Central,
Roberto Campos Neto, indicado ao cargo por Jair Bolsonaro. O Brasil tem hoje a
taxa básica de juros real mais alta do planeta, de acordo com levantamento feito
pela gestora de investimentos Infinity Asset Management em 156 países.
A taxa Selic no Brasil tem influência direta na vida de muitos brasileiros,
sobretudo na dos mais pobres. Isso porque ela funciona como uma espécie de
taxa mínima de juros da economia. Afeta decisões de compra e investimento.
Impacta na geração de emprego e até na desigualdade. Os juros altos favorecem
apenas os mais ricos e parte da classe média alta que tem recursos aplicados no
sistema financeiro. Nos próximos dias 20 e 21 de junho, o Comitê de Política
Monetária (Copom) fará uma nova reunião para discutir os rumos da taxa básica
de juros e a situação econômica do Brasil. É nesta data que o colegiado decidirá
se a taxa de juros aumenta, diminui ou se mantém estável no país.
Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP, ressalta que a elevada taxa de
juros é um roubo à nação brasileira. “Os juros altos significam menos alimento na
mesa, menos recursos para investir na saúde, na educação, na moradia popular,
na geração de empregos, nas políticas de combate à fome e a miséria. São por
essas razões que nós vamos às ruas. Queremos sensibilizar o povo brasileiro para
pressionar a redução dos juros. A política monetária do país tem que andar em
consonância com a política do governo Lula. É inadmissível um Banco Central não
ter responsabilidade com o crescimento econômico, com a distribuição de renda e
com o combate às desigualdades sociais”, disse.
Leciane Andrioli, da coordenação Nacional do MAB, lembra que o preço do gás de
cozinha, dos combustíveis já caiu. Ela destaca que esse foi o projeto de governo
eleito nas urnas, não o da política de juros a 13,75% do Campos Neto, que
impede o crescimento do país e só prejudica os mais pobres. "Não tem motivo
para termos a maior taxa de juros do mundo, enriquecendo ainda mais o
rentismo. Não dá pra manter uma diretoria do Banco Central indicada por
Bolsonaro se quisermos avançar com uma agenda de distribuição da riqueza,
redução da desigualdade e reconstruir o Brasil, por isso nos mobilizamos essa
semana, pela redução imediata dos juros e a demissão do Campos Neto".
Além do ato na próxima sexta-feira (16), as Brigadas de Agitação e Propaganda
realizarão, entre os dias 17 e 21 de junho, mobilizações nos territórios em que
atuam, incluindo colagem de adesivos, distribuição de panfletos informativos,
caminhadas e diálogos com a população. Com carros de som, os movimentos
populares vão abordar os impactos dos juros altos na vida cotidiana das pessoas.

No dia 20, haverá novo ato em frente ao edifício do Banco Central, na Avenida
Paulista. Vamos juntos lutar pela redução das taxas de juros e pelo progresso do
Brasil.

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