MST doou mais de 7 mil toneladas de alimentos desde o início da pandemia

Desde sua gênese, o Movimento tem a solidariedade como princípio e
reforçou ações a partir do agravamento das crises no país
por  Bárbara Luz

Campanha de Solidariedade do MST já doou 7 mil toneladas de comida de
verdade às famílias em situação de vulnerabilidade social
Com o lema “Cultivando Solidariedade Sem Terra”, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em conjunto com diversas
organizações e entidades, vem desde o início da pandemia construindo
uma agenda nacional de ações que praticam o combate à fome e a
insegurança alimentar.
Essa iniciativa impulsionou, inclusive, a formação da ‘Frente Nacional
Contra a Fome e a Sede’, cuja ação consiste em um trabalho de base
permanentemente presente nas comunidades de todo Brasil, com a

consolidação de dezenas de Cozinhas Solidárias, Bancos Populares de
Alimentos e Hortas Comunitárias.
Além disso, a organização atuou na formação de mais de 2 mil Agentes
Populares de Saúde que estiveram na linha de frente de todas essas
articulações junto às famílias em situação de vulnerabilidade e que, no
auge da pandemia, doaram não só alimentos, mas também cuidados,
conscientizando a população mais pobre com orientações sobre como
combater o coronavírus e distribuindo, ao longo dessas formações, mais
de 50 mil máscaras de proteção.
Desta forma, por meio da organização popular, foi possível chegar ao
marco de mais de 7 mil toneladas de alimentos doados, 10 mil cestas
básicas e ultrapassando 2 milhões de marmitas solidárias.
A fome é violência política
Além da doação de alimentos em si, o comitê gestor dessa frente tem
buscado dialogar com sua base social sobre o desmonte das políticas de
subsistência e de produção de alimentos promovidas pelo governo
Bolsonaro.
Para isso, promove debates sobre os desafios de superar tais crises
enquanto força popular, sabendo que a reversão deste triste cenário de
miséria que assola o país só pode ser superada com políticas públicas
em combate a fome e em favor a produção de alimentos saudáveis,
principalmente da agricultura familiar, que teve seus incentivos
sucateados pelo atual governo.
Sabemos que a fome é um projeto do atual governo e também um dos
sinais mais agudos da violência política vivida hoje no Brasil, onde mais
da metade da população não tem alimentos suficientes para abastecer
seus lares. Dessa forma, o MST se solidariza com todas as famílias cuja
fome as leva a lutar cotidianamente para garantir comida na mesa.
O MST reafirma ainda que as famílias Sem Terra se mantêm produzindo
alimentos saudáveis e mobilizando ações solidárias emergenciais,
contando com o apoio da sociedade por meio do trabalho de base e de
campanhas permanentes na construção de um projeto popular para o
país livre da fome e da miséria.

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